Projeto Violão Mágico trabalha reinserção via aprendizagem musical
A direção da Cadeia Pública de Rosário Oeste (93 km ao norte de Cuiabá), iniciou mais uma etapa do projeto Violão Mágico. O curso, que começou no dia 11 de março, vai beneficiar 10 recuperandos (cinco condenados e cinco provisórios). O projeto é uma idealização do professor de Música Alaercio da Silva Lemes, diretor do Departamento de Cultura Municipal.
O diretor da cadeia, Joel Neponoceno, explica que o projeto é resultado de parceria entre a Prefeitura, por meio da Fundação de Cultura e Turismo (Funcultur), e a Defensoria Pública. As aulas ocorrem uma vez por semana, todas as sextas-feiras. As turmas foram divididas em duas: uma só de condenados, que terão acesso um curso básico e avançado, com duração de seis meses; enquanto a outra turma, de presos provisórios (aqueles que aguardam decisão da Justiça), vão fazer apenas o curso básico, que tem duração de dois meses.
Um dos participantes disse que participar do curso é realizar um sonho. “Sempre gostei de música, sempre tive o sonho de pegar um violão na mão e saber tocar, tocar para uma namorada, numa roda de amigos, sempre quis fazer bem aos outros pela música, e agora este sonho está se tornando realidade”, diz o aprendiz, que não quis se identificar.
“Hoje tenho vergonha da minha identidade, porque vim parar num lugar que nunca imaginei que estaria, mas quando eu sair e começar a tocar por aí, e se um dia fizer sucesso, terei em orgulho em dizer que cai mas me levantei”, desabafa o recuperando. O curso foi idealizado por um músico de família. O pai de Alaercio Lemes, Adão, era conhecido como Adãozinho do Acordeon.