Crianças recebem orientações de trânsito e meio ambiente durante projeto
Enquanto esperavam os pais ou responsáveis serem atendidos nos pontos do consulta médica ou outros serviços de assistência social do projeto Ribeirinho Cidadão, as crianças tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre trânsito e participar de atividades lúdicas e recreativas voltadas à conscientização ambiental.
A programação para este público foi pensada como forma de atrair a atenção da criançada e ao mesmo tempo ensinar lições que podem ser utilizadas na vida adulta, como explicou a pedagoga e analista de serviços de trânsito, Zoraide Barbosa Almeida.
“Aqui conhecemos casos de crianças que estavam pilotando moto ou trator com a autorização do pai. É preciso fazer com que elas [crianças] entendam que isso não é permitido, mostrar as consequências que estes atos podem acarretar e reforçar que papel delas deve ser apenas o de passageiro e pedestre”, disse
Este serviço é ofertado pela Escola Pública de Trânsito, ligada a Secretaria de Segurança Pública do Estado que também é parceira do projeto este ano.
“É a primeira vez que viemos ao Ribeirinho Cidadão. É um trabalho que exige envolvimento, porque temos que falar do trânsito para pessoas que vivem em áreas em que o fluxo de veículos não é tão intenso e, isso que acaba deixando-os tranquilos demais”, concluiu Zoraide.
Entre as crianças que participaram das atividades da Escola de Trânsito, no distrito da Agrovila das Palmeiras, estavam Enzo Araújo e Kevillyn Cristina. Ambos têm 10 anos e aproveitaram para citar suas experiências.
“Algumas coisas eu sabia, mas foi importante vir aqui, porque passei o dia todo brincando, aprendendo e fazendo novas amizades. A professora é legal, gostei muito de saber sobre o uso do cinto de segurança e a não colocar a mão para fora do carro”, contou Enzo. Ele mora em uma fazenda localizada na comunidade “Ribeirão de Estiva” e se deslocou acompanhado da mãe até a Escola Estadual Nagib Saad, ponto de atendimento do Ribeirinho Cidadão nesta quinta e sexta-feira (03).
Já Kevillyn Cristina relatou um caso de imprudência dos pais e que promete não permitir que aconteça novamente. “Hoje estou maior, mas ainda bebê cai da moto e machuquei a cabeça por não estar com capacete. Foi algo muito ruim e que deixou todos preocupados”, disse.
Em outra área do colégio, o palhaço “Lelepicolécurimpampam”, arrancava sorrisos da turminha, mas também fazia questão falar e tirar dúvidas quanto à importância da preservação ambiental.
As orientações ocorrem por meio do Juizado Volante Ambiental (Juvam), participante do projeto há 3 anos com o jogo de tabuleiro gigante, Rebojando – Jogo Ecológico.
Representado pelo cabo da Policia Militar Ambiental, Marcelo Luciano Pereira Campos, o personagem revela que a fantasia é uma forma de aproximar a polícia da comunidade e também discutir assuntos relevantes para toda a sociedade.
“A farda traz muita seriedade e pode assustá-los, não é isso que pretendemos. Acredito muito em legado e o que a gente leva daqui é o sol que elas [crianças], deixam em nossas vidas. Nosso foco é mostrar que o mundo é bom e que temos responsabilidades para que fique ainda melhor”, destacou.
Para dar conta da série de brincadeiras, o palhaço conta com o apoio do 3º sargento PM, Vicente da Conceição. Nesta expedição, ele também atuará como piloto na fase fluvial do projeto. “Além das brincadeiras, as crianças recebem brindes e cartilhas educativas que auxiliam no aprendizado. A expectativa é grande antes mesmo de chegar às comunidades. Este é um projeto que prepara hoje os adultos de amanhã”, concluiu.
Após acompanhar a mãe em uma consulta médica e a irmã na solicitação do benefício do Bolsa Família, a dona de casa Katia Franscisca, 33, aproveitou para filmar e tirar fotos das filhas Gabriely de 3 anos e Simone de 9 anos, que estavam na gincana. “Eu aprovo o Ribeirinho Cidadão, porque não temos dinheiro para fazer consultas e nem levar as crianças para distrair e, aqui conseguimos tudo isso”, relatou.
O projeto Ribeirinho é uma realização do Tribunal de Justiça e Defensoria Pública, com apoio do Governo do Estado, Assembleia Legislativa, prefeituras e Marinha, na etapa fluvial. A programação segue até o dia 20 de fevereiro e atenderá a população de comunidades rurais de Santo Antônio de Leverger, Juscimeira, Barão de Melgaço e Poconé.