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CIDADE
Segunda - 14 de Março de 2016 às 14:37
Por: Gazeta Digital

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Há quatro anos e meio interditada, o cenário na principal avenida que liga Cuiabá a Várzea Grande é de perigo, desordem, lixo e muito caos. As obras para a construção do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) na avenida tiveram início em 2012 e deveriam ter sido entregues para a Copa do Mundo em 2014, o que não ocorreu, e as obras estão paralisadas a mais de um ano. Motoristas, pedestres e empresários que utilizam com frequência a avenida estão preocupados com a situação que deverá levar ainda muito tempo para ser solucionada, já que os contratos do modal estão judicializados.

A falta de sinalização e retorno, o estreitamento das pistas e instalação irregular dos blocos de concretos (gelo baiano) tornam o tráfego na avenida da FEB um verdadeiro desvio e colocam vidas em risco. Dois meses depois do fechamento de quatro retornos irregulares abertos nos canteiros de obras do VLT ao longo da avenida, que inclusive causaram a morte de uma jovem no início do ano, novos desvios foram abertos ao longo da via. 

No fim do ano passado um laudo elaborado pela Defesa Civil de Mato Grosso já havia apontado riscos aos motoristas e pedestres ao longo da avenida.Com as aberturas irregulares e sem sinalização, todos os dias empresários presenciam acidentes no local. Gabriela Tosca, 22, gerente de uma loja especializada em motos na avenida, afirma que a situação no local é preocupante. “Não tem um dia que não há acidente aqui, principalmente nos horários de pico. Com esses retornos irregulares, carros freiam em cima para entrar, o que está atrás acaba batendo na traseira ou na lateral”.

Além disso, ela lembra que com os blocos de concretos, o espaço para os carros ficou menor e quando o ônibus para no ponto, o trânsito também para. “Não tem um recuo para o ônibus e assim vão formando filas de carros e o trânsito fica parado”.

Outro grande problema é a falta de calçadas para os pedestres, que em várias situações se arriscam passando pela rua, já que os “pequenos espaços destruídos”, que deveriam funcionar como calçadas, muitas vezes estão com carros estacionados. “É um verdadeiro desafio andar aqui. A gente não sabe se olha para frente, para trás, para os lados ou para baixo”, afirmou a cozinheira Joana Miranda, 46.

Atravessar a avenida, então, é um teste de paciência, além de ser um jogo de sorte para os pedestres. Sem nenhum tipo de faixa ou sinalização, Wanderson Souza, 36, que trabalha na FEB e precisa atravessar os dois sentidos da avenida, leva em média 15 minutos. “Eu trabalho de um lado da avenida, mas pego ônibus do outro lado. Quando saio às 18h30 do serviço, tem vezes que espero em média 15 minutos para conseguir passar até chegar no ponto de ônibus”. 

Sem a mesma paciência de Wanderson, alguns pedestres arriscam a vida ao atravessarem em meio aos carros. “Nos horários de pico é o tempo todo carros buzinando e brigando com gente que se enfia em meio ao trânsito”, conta.

Os canteiros viraram além de retorno, estacionamento e criadouro para o mosquito Aedes aegypti. Muitos motoristas aproveitam o espaço no meio do canteiro para estacionar seus veículos para resolver alguma coisa nos estabelecimentos da avenida. “O que mais tem é pessoas que estacionam no canteiro e vão resolver suas pendências”, conta o vigia de um estabelecimento que não quis se identificar.

Em meio a tantos desafios, sem estacionamento e com queda nas vendas, muitos empresas fecharam as portas na avenida. Com mais imóveis para aluguel e venda do que imóveis ocupados, a avenida também atraiu a atenção de bandidos, que por muitas vezes rendem as pessoas ao longo da avenida. 

Proprietário de uma empresa no local, Geraldo Cantarelli afirma que já foi assaltado em sua empresa. “Estamos sujeitos a tudo aqui, ficamos sem estacionamento, dispensamos funcionários e ainda somos vítimas de assaltos”. 

Com todos esses problemas o que a população e os empresários esperam do governo é que pelo menos retornos sinalizados e semáforos sejam colocados na avenida para amenizar os problemas de trânsito e os riscos. 

OUTRO LADO - A Secretaria de Estado das Cidades (Secid) informou que, nos próximos 10 dias, o contrato com a empresa que vai realizar as obras de readequação viária no canteiro central do VLT, na avenida, deve ser assinado. A empresa será contratada pelo valor de R$ 600 mil e deverá realizar obras de pavimentação asfáltica ao longo da via, além de faixas elevadas e de travessia para segurança e mobilidade dos pedestres. Conforme previsto no projeto, a empresa também vai realizar no trecho que compreende os canteiros a recolocação das barreiras de concreto para a parte interna do canteiro e o recapeamento das pistas.

Por meio da assessoria de imprensa, a Secid esclareceu que a responsabilidade pelo canteiro de obras do VLT é do consórcio de empresas contratadas para a execução do modal, que já foi notificada várias vezes. 




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