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ECONOMIA
Terça - 21 de Fevereiro de 2017 às 08:46
Por: Redação TA c/ O ESTADÃO

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Foto: André Dusek/Estadão

Após surpresa com o corte do juro em janeiro, o Banco Central volta a se reunir nesta semana diante da firme aposta do mercado financeiro de que o ritmo de redução da taxa básica (Selic) continuará em 0,75 ponto porcentual. A inflação de janeiro, que ficou no menor patamar em quase 40 anos, mexeu com os ânimos e tem sido usada como argumento de pressão – até no próprio governo – para que o comitê liderado por Ilan Goldfajn acelere o passo.

Parece não haver dúvida entre analistas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC continuará com o processo de desaperto da economia. Das 68 instituições financeiras ouvidas pelo Projeções Broadcast, 67 apostam em corte do juro de 0,75 ponto, de 13% para 12,25% ao ano. Só uma prevê redução mais agressiva, de 1 ponto.

Confirmado qualquer um dos cenários, esse terá sido o quarto corte seguido do juro, no processo iniciado em outubro de 2016. O pano de fundo para o movimento é a clara tendência de desaceleração dos preços. Em janeiro, o IPCA, registrou uma alta de 0,38%, o menor patamar para o mês da série iniciada em 1979.

O presidente Michel Temer lembrou que o governo conseguiu reduzir a inflação pela metade em poucos meses, do pico de 10,7% para os atuais 5,35% no acumulado em 12 meses. Esses números têm motivado autoridades e empresários, que cobram pressa na redução dos juros para acelerar a retomada da atividade. Economista de formação, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), já defendeu a queda de um ponto porcentual. Mas na equipe econômica, há percepção de que a surpresa da reunião passada amenizou a ansiedade de alguns setores.

O próprio Temer adotou tom ameno. “Evidentemente, os juros vão caindo também responsavelmente, porque é importante que os juros reais sejam incentivadores do investimento. Mas o mais importante nisso tudo é exata e precisamente a confiança. E a confiança vem sendo restabelecida”, disse ontem em evento em São Paulo.

O chefe de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, reconhece que o espaço para a redução do juro cresce à medida que as expectativas para a inflação cedem. Mesmo assim, prevê queda de 0,75 ponto pelo cenário externo. “A alta do juro em dólar e o aumento do peso das incertezas globais demandam cautela contra eventual excesso no ciclo de afrouxamento.”





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