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Terça - 04 de Abril de 2017 às 20:58
Por: Redação TA c/ Portal Brasil

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Foto: Arquivo/Museu Goeldi

Uma nova espécie de peixe-elétrico foi descrita por pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O animal é encontrado na bacia do rio Tuíra, no Panamá. O estudo foi publicado na revista científica Copeia.

O peixe tem nove características que o diferenciam das espécies já conhecidas, como padrão de coloração, número de escamas e disposição dos dentes. Além de ampliar o conhecimento da diversidade da espécie, o estudo identificou potenciais áreas de ocorrência deste animal, o que facilitará investigações futuras sobre impactos ambientais e ameaças à espécie.

De acordo com os pesquisadores, o Eingenmannia meeki é o primeiro peixe-elétrico com ocorrência nas bacias da América Central. Da mesma família da enguia Poraquê, a mais popular espécie de peixe-elétrico da região amazônica, tem entre 16 e 30 centímetros de comprimento. O nome é uma homenagem ao cientista norte-americano Seth Eugene Meek (1859-1914), autor do primeiro livro sobre peixes de água doce do Panamá.

A nova espécie utiliza a capacidade de gerar campos elétricos apenas como mecanismo de comunicação. Por habitar águas turvas, a emissão do campo elétrico é a forma que possuem para se orientar.

Segundo o pesquisador Guilherme Dutra, embora a ocorrência do gênero Eigenmannia no Panamá já fosse conhecida desde 1916, até agora os cientistas não contavam com material em boas condições para descrever a nova espécie.

"O esforço para se conhecer a diversidade de Eigenmannia é contínuo. Em 2015, sete espécies foram descritas para o gênero, sendo cinco na Amazônia, e duas descritas nos últimos dois anos. Em 2017, pelo menos mais duas novas espécies serão apresentadas pela ciência", afirma Dutra.

A descrição de uma espécie envolve uma série de etapas, entre elas, a apresentação da sua morfologia, que é o estudo da aparência de órgãos ou seres vivos. Essa análise, por exemplo, se baseia em vários exemplares da espécie depositados em coleções científicas, chamados exemplares tipos.

O acervo ictiológico do Museu Emílio Goeldi possui abrangência neotropical, ou seja, a região biogeográfica que se estende do sul do México, passando pelas Ilhas do Caribe até o sul da América do Sul. A coleção é composta por cerca de 35 mil lotes, representando mais enfaticamente a bacia amazônica, com exemplares de peixes ósseos e cartilaginosos.





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