Prêmio Tradições e Circula MT são reconhecidos internacionalmente SEC-MT é convidada a participar do First Nations Cultural Summit, encontro mundial dos povos tradicionais na Austrália
Um dos eixos de ação desenvolvidos pelo Governo de Mato Grosso por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), a descentralização das políticas públicas é reconhecida internacionalmente. A SEC-MT foi convidada para participar do First Nations Cultural Summit, um importante encontro mundial dos povos tradicionais que acontece de 08 a 10 de maio em Melbourne, na Austrália. O evento é uma iniciativa do British Council Australia em parceria com Governo Australiano e Autralian Council for the Arts.
O convite feito à SEC reconhece as iniciativas voltadas ao fortalecimento da herança cultural dos povos indígenas e sua importância para a sociedade como, por exemplo, os programas Circula MT e o Prêmio Tradições, citados no convite oficial.
Lançado em 2015, o edital Circula MT alcançou extremos de Mato Grosso e revelou o poder transformador da cultura, chegando a lugares de limitado acesso como aldeias, glebas e quilombos. Entre eles, estão os índios xavantes da aldeia Wede´rã, na terra indígena Pimentel Barbosa, em Canarana, que tiveram contato com o teatro pela primeira vez ao assistir ao espetáculo Cidade dos Outros, da Cia. Pessoal de Teatro.
Também voltado ao resgate e valorização da cultura indígena é o projeto Circuito Kamukuwaká – O livro de Kamukuwaká e Yakuwixeky, do Instituto Homem Brasileiro, contemplado na última edição do Prêmio Territórios MT. Com a redução e exclusão de espaços ancestrais de reprodução cultural e com a introdução das novas tecnologias nas aldeias, narrativas tradicionais transmitidas oralmente por meio de gerações tendem a ficar restritas à memória dos mais velhos. O projeto visa redinamizar os mecanismos de transmissão desse conhecimento, registrando-o por escrito e introduzindo-o no programa letivo das escolas wauja, no Alto Xingu.
Além destas iniciativas, a Secretaria também vem promovendo mudanças estruturais profundas, com a criação de novas leis que buscam melhor distribuição de investimentos, e programas de descentralização que permitem que os povos tradicionais tenham acesso ampliado.
Encontro mundial
Durante três dias, os líderes das chamadas Primeiras Nações da Austrália (termo que se refere à etnicidade dos povos indígenas, bem com seus descendentes), e de diversas nações e do mundo todo – Ásia, Pacífico e América do Sul – se reunirão para compartilhar informações projetos e nos setores criativo e cultural, com foco na preservação e permanência de iniciativas individuais e coletivas. Juntos, os líderes e participantes do encontro irão redigir um Manifesto Cultural para guiar práticas futuras.
Marram-nganjinu biik-gurrin, com é intitulado o evento, será um espaço de colaboração, debate e elaboração de estratégias e conceitos como afirmação da soberania e autoridade cultural.
Vale ressaltar que Marram-nganjinu biik-gurrin, no idioma da nação australiana Kulin, significa “nós somos país”, e simboliza os fortes laços que unem as diferentes nações da Austrália por meio de suas práticas culturais e criativas voltadas ao país e à comunidade como um todo.