Caravana percorre interior para combater violência contra mulher
Na semana que antecede o Dia Internacional da Mulher (8 de março), o Governo do Estado lança a campanha Caravana da Mulher Mato-grossense. O evento foi realizado na ultima terça-feira (02.03) no auditório do Conselho Regional de Contabilidade e tem como objetivo treinar voluntários da sociedade civil para atuar no Exército de Marias da Penha. A caravana percorrerá 118 municípios visitando escolas, comunidades e locais com grande concentração de público, a fim de levar informações sobre os direitos da mulher e como procurar ajuda.
“Nós acreditamos em vocês, eu acredito. Esse projeto é de vital importância para aquela mulher que está precisando que digam a ela: Estamos aqui para apoiá-la! Força!”, disse Carmem Félix dos Santos, presidente da Associação das Mulheres de Mato Grosso. Ela ainda reforçou dizendo que a Maria da Penha está viva, se referindo à efetividade da lei que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar. Ressaltou também que Maria da Penha Maia Fernandes, que deu o nome à legislação, vítima de sucessivas agressões, e duas tentativas de homicídio praticadas pelo ex-marido, hoje é líder de movimentos em defesa dos direitos das mulheres.
O secretário adjunto de Direitos Humanos, Zilbo Bertoli Júnior, elogiou o projeto apoia a causa. “Este tipo de trabalho é fundamental para entendermos que violência doméstica é um problema social, que não combatemos apenas coma repressão, mas também prevenindo, conscientizando e levando assistência às vítimas”.
Isabel Silveira, gestora da Superintendência de Políticas para Mulheres da Sejudh), destacou que no Brasil, a cada 5 minutos, uma mulher é agredida. “Segundo o Mapa da Violência, em quase 70% dos casos quem agride ou mata é o namorado, o marido ou o ex-marido da vítima. Isso mostra que temos que compreender o que acontece com as mulheres que são agredidas, o que faz com que elas voltem para seus companheiros. É essencial entendermos isso para vencer o ciclo da violência”.
Para Isabel, não se deve julgar a mulher que está em uma relação violenta, mas procurar ajudá-la a sair dessa situação. “A falta de segurança e de apoio dificulta muito a busca por ajuda; pois existem várias formas de violência, como física, psicológica, sexual, patrimonial, moral; além de outras que nem sempre se manifestam de forma visível”.
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres E defensora pública, Rosana Antunes de Barros, disse que a maioria das pessoas que hoje comete delitos, presenciou violência doméstica na infância e viu familiares sendo violentadas, agredidas. “Então cabe a nós, do poder público, olhar com muito mais cuidado para o assunto”.
Caravana e denúncia
A caravana contará também com o apoio de voluntários do sexo masculino, por meio do programa da Organização das Nações Unidas, Eles Por Elas, versão brasileira do He For She. O movimento foca na luta em favor da igualdade de gênero.
Denúncias sobre violência doméstica podem ser feitas em qualquer delegacia ou diretamente à Delegacia da Mulher pelo telefone (65) 3901-5326. Pela Central de Atendimento à Mulher o número é 180, a ligação é gratuita e está disponível 24 horas, em todo o país.
Para proteger e ajudar as mulheres é possível solicitar medidas protetivas de urgência, com opção de casas de abrigo que recebem mulheres, acompanhadas ou não de filhos.