Projeto pioneiro de piscicultura começa na Penitenciária de Sinop Um grupo de 20 reeducandos concluiu treinamento teórico e prático com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e destes, cinco devem começar a trabalhar na piscicultura
Reeducandos da Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Ferreira, em Sinop, serão os primeiros do Sistema Prisional do estado a trabalhar com um projeto de piscicultura. A iniciativa, voltada a trabalhar a qualificação e ressocialização dos apenados, está na fase de formação dos tanques pesqueiros. Um grupo de 20 reeducandos concluiu treinamento teórico e prático com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e destes, cinco devem começar a trabalhar na piscicultura assim que os tanques estiverem prontos e conforme a demanda, serão incluídos outros aos projeto.
No curso do Senar, os reeducandos aprenderam noções de administração de pequenas propriedades rurais, associativismo e cooperativismo, gestão e comercialização da pesca e extrativismo, relacionamento interpessoal e atendimento ao cliente. Na parte prática do curso, os alunos vivenciaram manejo e criação, com aulas sobre construção de viveiros escavados, tanques-rede e monitoramento da água; piscicultura e planejamento e desenvolvimento da piscicultura.
O Projeto Tilápia é resultado da parceria entre a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Conselho da Comunidade e Prefeitura de Sinop. Além da possibilidade de ofertar trabalho aos reeducandos com qualificação profissional, o projeto também vai trabalhar a sustentabilidade, uma vez que os efluentes produzidos serão empregados na irrigação da horta já cultivada em uma área externa da penitenciária.
A parte técnica do projeto é realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura.
Serão cultivados em tanques escavados na área externa da penitenciária 700 alevinos de espécies como tambatinga, piauçu e tambaqui, que atingirão peso para comercialização em um ano. A expectativa é produzir aproximadamente 600 quilos de pescado ao ano.
O diretor executivo do Conselho da Comunidade, José Magalhães, explica que os insumos necessários ao cultivo serão fornecidos pelo município. “Firmamos uma parceria com a Empaer que fornecerá os alevinos”. Ele pontua que os reeducandos terão a remuneração por produção, cujo valor ainda será definido.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira Junior, destacou a união de esforços em prol da qualificação e oportunidade de trabalho aos reeducandos. “Ficar na ociosidade permite com que o reeducando fique pensando coisas pouco saudáveis. A iniciativa de Sinop se soma a dezenas de outros projetos que estão em andamento nas unidades prisionais do estado e contribuem para dar uma nova chance a centenas de reeducandos que voltarão à sociedade”.