Autoridades e gestores debatem benefícios da Ferrovia Senador Vuolo
Reduzir os custos de frete, ampliar a receita estadual e promover o desenvolvimento social e econômico são as características que compreendem os benefícios da instalação da Ferrovia Senador Vuolo, amplamente debatida na segunda-feira (06) pelo prefeito Emanuel Pinheiro, autoridades nacionais e membros do Fórum Pré-Ferrovia em Cuiabá.
Com o aditivo da malha norte planejado para cruzar as cidades de Rondonópolis, Cuiabá, passando também por Sorriso e seguindo seus rumos para Santarém, no Pará, os trilhos que compreendem a Ferrovia Senador Vuolo prometem trazer muito mais que uma nova alternativa de rota no transporte de grãos e outras culturas cultivadas em Mato Grosso. O investimento no modal também reflete na geração de empregos e aumento significativo na renda de todas as regiões abrangidas, contribuindo diretamente para a economia brasileira de forma geral.
Para o prefeito, é de suma importância que Cuiabá esteja diretamente inclusa em todo este ousado processo, que trará benefícios contínuos em longo prazo. “Integração é a palavra de ordem neste contexto, que emerge aqui como a mola propulsora da nossa economia, unindo todo o nosso estado e desbravando o seu norte. Este modal vai gerar competitividade, além de uma extensão maior no alcance da nossa produção em nível nacional. Mato Grosso é riquíssimo em manufaturação agrícola, sendo um expoente na exportação de grãos, movimentando a economia de maneira internacional. Além disso, temos um povo diverso que reúne uma variedade ampla de raças e nossa Capital tem a estrutura necessária para oferecer a mão de obra adequada, com o amparo de universidades de grande capacidade que anualmente formam profissionais de gabarito. Este é um sonho idealizado pelo saudoso senador Vicente Vuolo, que agora toma formas através de seu filho, o também secretário municipal Francisco Vuolo, que compreende o impacto sem precedentes que estes trilhos trarão para nossa terra", afirmou.
O fortalecimento econômico da região é um dos grandes fundamentos da possível nova rota. Para o presidente do Fórum Pró-Ferrovia e secretário municipal de Cultura, Esporte e Turismo, Francisco Vuolo, a expansão da malha ferroviária afeta diretamente a vida de todas as comunidades de forma benéfica e estratégica. Segundo o gestor, ela simboliza a construção de um novo Brasil, que atrai investimentos em diferentes modais de transporte, abrindo um novo leque de oportunidades.
“Novas indústrias são cativadas pela facilidade que o caminho férreo traz, resultando consequentemente em uma redução considerável de custos, como a diminuição no frete dos produtos. Isso fortalece nossa economia, agregando um número cada vez mais crescente de investidores. As vantagens também são inúmeras em âmbito social e é por isso que continuamos trabalhando esse extenso diálogo, para que todo o estado dimensione o impacto duradouro e contínuo que a ferrovia trará”, revelou.
Para o secretário de Política Agrícola do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, Mato Grosso apresenta uma demanda crescente com sua extensa produção de grãos, o que solidifica ainda mais a necessidade de novas rotas de transporte que barateiem os custos e cheguem ao consumidor final com um preço mais reduzido.
“O estado está se consolidando como um grande exportador de milho. Este ano nós vamos chegar a 32 milhões de toneladas direcionadas para o mercado internacional, com o consumo referente de cerca de cinco milhões no interior de Mato Grosso. E é notável toda essa expansão. Basta voltar os olhos para cidades como Lucas do Rio Verde e Campo Verde, que agregam tantos empreendedores e integradoras que estão concretizando essa transformação, que consiste no segundo ciclo econômico que estamos vivenciando. E a logística é – obviamente – o nosso maior gargalo, considerando que no caso da exportação do milho, o valor nesta região corresponde a R$ 29 ou R$30, com um gasto de R$ 15 – em média – só para escoarmos esta produção. É por isso que o impacto da integração modal é tão significativo, contribuindo para a balança comercial, para a economia, afetando também a geração de empregos e o aumento na renda”, falou.
Completando este mesmo raciocínio, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, salientou a atual proporção que Mato Grosso possui para a instalação da ferrovia. De acordo com o gestor, existem áreas no interior que ainda não foram desbravadas e oferecem as condições necessárias para a integração modal.
“Posso pontuar três blocos praticamente intactos: O norte do estado possui cinco milhões de hectares em pastagem degradada, podendo produzir no mínimo 22 milhões de hectares. A região oeste – que engloba cidades como Quatro Marcos, Comodoro, Sapezal e Campos de Júlio – conta com quatros milhões de área que estão em pastagem, em território fechado. Ali existe um potencial grandioso de produção, com culturas de soja, arroz e milho já presentes. Além disso, temos a parte que compreende o Araguaia, também com quatro milhões de hectares e com boa parte de seu espaço intacto justamente pela falta de infraestrutura rodoviária. Com os devidos cálculos, temos uma região inteira com a fantástica capacidade de produção correspondente a 65 milhões de toneladas. Precisamos valorizar esse potencial, transformando-o em resultados efetivos e transformadores”, concluiu.
Participaram também do debate o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso – Fiemt, Jandir Milan; o prefeito de Nova Mutum, Adriano Pivetta; o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), Nelson Soares Junior e a presidente da Associação de Empresas do Distrito Industrial de Cuiabá, Margareth Buzetti.