NEGÓCIOS
Importadores chineses conhecem a qualidade da carne mato-grossense
Maior produtor de cabeças de gado do Brasil, Mato Grosso quer ampliar as exportações de carne para o mercado chinês. Para promover o produto, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) realizou um churrasco com carne mato-grossense na sexta-feira (10.11) em Shanghai para importadores chineses. A Acrimat é uma das instituições que compõem a comitiva do Governo de Mato Grosso em missão oficial à China para buscar novos investimentos e negócios.
O Estado de Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do Brasil, com 30 milhões de cabeças de gado. Desse montante, 23% são exportadas para outros países. O diretor executivo da Acrimat, Luciano Vaccari, explica que para vender carne na China é preciso a liberação da planta frigorífica, diferente de outros países em que uma região recebe a autorização. Em Mato Grosso, das 23 plantas, apenas uma é autorizada a vender para o mercado chinês. “Essa é uma das nossas frentes de trabalho: garantir a liberação de mais frigoríficos neste comércio”.
Vaccari também explica que o mercado asiático tem aumentado exponencialmente o consumo de proteína animal e, na China, além da demanda em escala, também surge a oportunidade de venda com valor agregado e Mato Grosso tem condições de competir em pé de igualdade com outros mercados que atendem a China, como Nova Zelândia, Áustria e Índia.
“O mercado asiático é disputado por todos os grandes produtores. Os chineses estão conhecendo cada vez mais a proteína animal. Mato Grosso tem total condição de atender esse mercado e, através de missão como essa promovida pelo Governo Estadual, temos a possibilidade de conhecer os compradores e investidores. Aqui temos uma cultura milenar de consumo de proteína vegetal. Com o passar do tempo, outros tipos de proteína foram introduzidos e nós precisamos entender o que ele querem. Com o crescimento econômico, a procura por carne aumentou. Vale muito a pena a gente gastar energia e vir promover nossos produtos aqui”.
Diretor da Shanghai Dawan Internacional Trading, Jack Fund já importa do Brasil, Uruguai e Argentina, em uma média de 100 contêiners por semana. Ele pretende ampliar seus negócios e quer ter mais acesso ao mercado brasileiro, incluindo comprando outras partes da carne. “Hoje não conseguimos comprar miúdos do boi. Estamos aguardando a autorização. Esperamos uma relação mais profunda entre o governo chinês e o brasileiro, melhorando e ampliando nossa parceria”.