Orla do Porto recebe primeira Caminhada da Intolerância neste sábado A caminhada tem como objetivo alertar a sociedade contra os obstáculos gerados pela intolerância religiosa
Representantes de diversas religiões africanas participam da 1ª Caminhada Intermunicipal da Intolerância” neste sábado, 20, das 08h30 às 11h. A caminhada sairá da Ponte Júlio Muller em direção a Orla do Porto, onde haverá uma grande confraternização com palestras e apresentações culturais na Vila Cuiabana. O evento conta com o apoio da Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo. O objetivo é promover ações sociais contra todas as formas de violência, intolerâncias e racismos.
Casos ocorridos nos últimos 15 anos mostram algumas das faces da intolerância religiosa no Brasil. De acordo com dados da Secretaria dos Direitos Humanos, ligada ao Ministério da Justiça, as denúncias de intolerância religiosa aumentam a cada ano. A maior parte das vítimas é praticante de crenças de matriz africana.
Pensando nisso o Grucon – Grupo de União e Consciência Negra decidiu realizar o evento com o objetivo de criar uma interação entre as religiões de matizes africanas, para despertar as instituições contra os obstáculos gerados pela intolerância religiosa.
Estarão participando da caminhada integrantes de federações e associações ligada a questão como a Fenucab, Instituto Luz Dia, Feucmat, Assumat, Avassk, Afoxe Elã Olá, Cepja, Cmpir Cuiabá, Muc, CMPIRVG, SUPIR e Imune.
Para a presidente do grupo Kunta Kinté e vice-presidente do Grucon, Lindesey Catarina de Sá, Cuiabá e todo Mato Grosso precisam se mobilizar contra essas práticas que ofendem a fé de um povo, trazendo traumas irreparáveis. "A intolerância não é só religiosa. Quando você tem intolerância religiosa você na verdade tem intolerância à cultura de um povo. E as maiores vítimas dessa intolerância no Brasil hoje são os povos de matriz africana", disse a militante.
Este é um dos eventos com o tema da Consciência Negra como um todo, que a Prefeitura de Cuiabá deverá apoiar e promover ao longo do ano. “Todos nós brasileiros descendemos de alguma forma do povo africano. E um povo que ajudou na construção étnica e cultural merece nosso apoio e nossas homenagens”, ressaltou Francisco Vuolo, Secretário de Cultura, Esporte e Turismo.