Pesquisa desenvolve cultivar de arroz resistente a herbicida
A cultivar de arroz de Terras Altas BRS A501 CL, lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é considerada a primeira cultivar resistente a herbicida e apresenta alto potencial produtivo. Além disto, a cultivar se destaca por apresentar ciclo curto, tolerância ao acamamento e elevada estabilidade no rendimento de grãos inteiros no beneficiamento. Recomendada para o plantio direto, foi avaliada também em outras instituições e nos campos experimentais da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) nos anos agrícolas de 2011 a 2013.
A cultivar possui tolerância ao herbicida Kifix, sendo a primeira do mundo com esta característica. É Recomendada para sistemas de plantio direto na palha e para áreas com problemas de plantas daninhas. Com o uso dessa tecnologia, o produtor precisa fazer apenas duas pulverizações de Kifix ao longo da safra, reduzindo em até 50% os custos com controle de plantas daninhas.
A pesquisadora da Empaer, Nara Regina Gervini de Souza, fala que o trabalho de pesquisa é contínuo na busca de germoplasmas (linhagens/cultivares) mais produtivos, mais resistentes às doenças e com maior adaptabilidade e estabilidade fenotípica. Atualmente a maior parte do plantio de arroz de terras altas está concentrada nas regiões Norte e Nordeste. No entanto, Mato Grosso é o maior produtor da região Centro-Oeste, onde os níveis de produção são cerca de duas vezes mais elevados.
Hoje, a cultivar mais plantada no estado é a BRS Esmeralda, recomendada pela Embrapa em parceria com a Empaer. A variedade possui um potencial produtivo de 7.525 kg/ha e uma produtividade média de 4.050 kg/ha, grão longo fino, mais tolerante ao estresse hídrico, moderadamente resistente a brusone e ao acamamento, ciclo de 105 a 110 dias e de excelente qualidade culinária.
Segundo Nara, nas últimas três décadas já foram recomendados 22 cultivares de Arroz de Terras Altas para o plantio comercial com potencial produtivo e agronômico, elevando a média de produção em mais de 20%.
”O desenvolvimento de um programa de melhoramento de arroz de terras altas em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão, desde 1982, aliados à identificação de técnicas de uso de fertilizantes e o manejo sustentável das doenças, como a brusone e mancha parda, tem permitido selecionar linhagens com melhores características agronômicas e elevada produtividade. O trabalho foi executado em parceria com a Embrapa nos campos experimentais da Empaer nos municípios de Cáceres, Tangará da Serra e Sinop”, finaliza a pesquisadora.