Saúde na BR: 15 a cada 100 motoristas são fumantes
Alimentação irregular, sedentarismo, poucas horas de sono e obesidade formam uma perigosa combinação para a saúde dos caminhoneiros que passam pela BR-163. Aliado a isso, o cigarro potencializa ainda mais os riscos. Um levantamento da Concessionária Rota do Oeste mostra que cerca de 15% dos motoristas que percorrem a rodovia é formada por fumantes declarados. No Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado nesta quinta-feira (31.05), o número representa um alerta à saúde dos condutores.
Os dados são do projeto “Parada Legal”, realizado pela Rota do Oeste, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em cidades ao longo dos 850,9 km da BR-163 sob concessão em Mato Grosso. O evento promove ações de saúde, lazer, segurança viária e conta com um questionário preenchido pelo próprio motorista, no qual entre outros itens, ele se declara fumante ou não.
Dos mais de 2,6 mil participantes do projeto no ano passado, 15,4% declararam ser fumantes. O cardiologista José Almir Adena classifica a taxa como alta, principalmente, pela ocupação profissional exercida pelos caminhoneiros. Segundo ele, entre os principais perigos do cigarro para este grupo está o risco de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou infarto, além de diversos tipos de câncer.
“Podemos inserir o caminhoneiro em um forte grupo de risco a sofrer doenças do coração. O cigarro é só mais um fator que pode levá-lo a algum problema, pois, pelas características da profissão, a vulnerabilidade do motorista de rodovia é maior”, explica.
Para reverter a situação, o cardiologista orienta que atitudes simples, como alongar as pernas durante uma parada ou caminhadas pequenas podem contribuir com o quadro de saúde dos motoristas. “Os danos ao organismo de um fumante são irreversíveis e variáveis. Por isso, quanto antes ele parar de fumar, melhor. Hábitos saudáveis, alimentação com pouca gordura e sal e a prática de qualquer atividade física, reduzem os riscos de complicações no coração do fumante”, diz Adena.
Alerta – A estimativa de novos casos de câncer relacionados ao cigarro este ano em Mato Grosso é de mais de 1,1 mil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Na lista estão doenças cancerígenas no pulmão, laringe, esôfago e estômago. Entre os homens, a incidência é maior, com destaque para o câncer pulmonar que aparece em terceiro lugar na estimativa.