Produção de veículos cai 29% em janeiro ante 2015, diz Anfavea
O resultado de janeiro colocou a produção de janeiro em nível semelhante ao registrado em 2003, por causa da necessidade de ajustar os estoques, segundo Luiz Moan, presidente da Anfavea.
Cerca de 254 mil veículos estavam nos pátios da montadoras e concessionárias, no final de janeiro, o que daria para 49 dias de vendas no ritmo atual, enquanto o ideal seria ter em torno de 30 dias no máximo.
Já em relação a dezembro, que somou 142,8 mil unidades, houve um pequeno avanço de 1,6% na produção.
Vendas
Os licenciamentos apresentaram queda maior, de 38,8%, em linha com os números divulgados pelos concessionários no início da semana. Para Moan, o resultado ruim já era esperado.
"(O declínio) Era previsto porque a base de comparação com o primeiro trimestre do ano passado era bastante inchada porque ainda tínhamos carros com desconto no IPI", afirmou o executivo.
Após desonerações do governo federal, o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) voltou às alíquotas regulares em 1º de janeiro de 2015, mas veículos faturados em dezembro ainda eram encontrados mais baratos nas lojas.
Emprego
Em 1 ano, cerca de 14,8 mil trabalhadores da indústria automotiva perderam seus empregos. No total, as fábricas empregam atualmente 129,4 mil pessoas, ante 144,2 mil em janeiro do ano passado. A redução da força de trabalho foi de 10,2% no período, informou a Anfavea.
Além disso, 41.900 funcionários estavam com alguma redução da jornada no final de janeiro, sendo 6.300 com a suspensão temporária dos contratos (lay-off) e 35.600 dentro do Plano de Proteção ao Emprego (PPE), proposto pelo governo federal para evitar demissões.
Expectativa
Para 2016, a Anfavea estima um acréscimo de 0,5% na produção brasileira, puxada por caminhões e ônibus, para 2,44 milhões de unidades. Já os emplacamentos devem cair 7,5% no total. Parte da produção será destinada a exportação, que deve fechar o ano com alta de 8,1% em relação a 2015.