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SAÚDE
Domingo - 17 de Fevereiro de 2019 às 17:34
Por: Thalyta Amaral, Gazeta Digital

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Divulgação

Um relatório da Auditoria Geral do SUS (AGSUS) apontou que o Hospital Regional de Cáceres (225 km a Oeste), através da empresa terceirizada M.M.S. Serviços de Saúde Ltda-EPP, realizou sessões de quimioterapia em cerca de 340 pacientes sem que houvesse recomendação médica para isso. O documento também mostra que pacientes eram submetidos a cirurgias de retirada de órgãos (partes e inteiros) sem que houvesse confirmação de câncer.

O resultado da auditoria é de julho de 2018 e traz informações sobre procedimentos que foram realizados, e pagos pelo governo do Estado, em que não havia recomendação médica. A empresa foi contratada pelo Estado para oferecer serviços de oncologia para a região Oeste, no entanto, fez diversos procedimentos, até mesmo invasivos, em pacientes que não tinham câncer. De junho de 2012 a julho de 2017, o Estado pagou à M.M.S. R$ 13.050.684,28. AGSUS analisou 12.426 atendimentos nesse período, entre consultas, sessões de quimioterapia e cirurgias.

Segundo o documento, "a empresa M.M.S. Serviços de Saúde Ltda-EPP realizou cirurgia oncológica no Hospital Regional de Cáceres de 2012 a 2017, cujo anatomopatológico dos pacientes resultou em ausência de malignidade", ou seja, foram realizadas operações em pacientes em que a biópsia não encontrou tumor maligno.

Nesses 5 anos de atuação da empresa, a AGSUS diagnosticou que 91 pessoas tiveram órgão parcialmente ou totalmente retirados sem que houvesse comprovação de câncer ou tumor maligno. Consta no documento que "em análise aos prontuários, confirmou-se a inexistência de exame anatomopatológico na maioria dos prontuários", esse exame é realizado com o material coletado do paciente para detectar que tipo de anormalidade, inclusive se é maligna, foi encontrada pelo médico.

Outra irregularidade feita pela empresa foi a realização de cirurgias que não eram oncológicas, especialidade para a qual a instituição foi contratada, mas “das 358 cirurgias realizadas entre os anos de 2012 a 2017, conforme prontuários, somente 69 foram classificadas como oncológicas". No relatório também consta que das 1.094 cirurgias realizadas pela empresa analisadas, apenas 304 havia resultado positivo para câncer.

Em relação aos médicos contratados para prestar serviço regular no Hospital Regional foram pagos R$ 4.984.625,17 de 2012 a setembro de 2017, porém, "não foram localizados escalas de plantões médicos o registro de frequência dos profissionais médicos, que comprovem a disponibilidade dos profissionais médicos".

Outro lado

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que contratou a empresa para a prestação de serviços, informou que não vai se posicionar sobre o assunto e que alguns contratos antigos não podem ser disponibilizados para a imprensa porque estão sob auditoria interna. Nossa equipe tentou entrar em contato com a empresa, mas as ligações não foram atendidas.





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