Mato Grosso registra 36 feminicídios entre janeiro e setembro de 2019
Entre janeiro e setembro de 2019 foram registrados em Mato Grosso 36 casos de feminicídio. Segundo o levantamento feito pela Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEAC) da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), houve um aumento de 5,8% em relação ao mesmo período de 2018, quando foram contabilizadas 34 ocorrências.
Os dados de feminicídio são fechados trimestralmente, por conta da necessidade de investigação prévia para definição da motivação do crime de homicídio. Além disso, a Sesp-MT também faz o levantamento anual dos dados. No ano passado, de janeiro a dezembro, houve 42 feminicídios no Estado.
O feminicídio é uma qualificadora da categoria de crime contra a vida nos casos em que o homicídio de mulheres é motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero. A Sesp-MT acompanha os casos de feminicídios a partir dos dados enviados pelas unidades de apuração da Polícia Judiciária Civil (PJC-MT). É importante ressaltar que os dados fechados trimestralmente são passíveis de alteração, uma vez que a investigação do crime é complexa e a consolidação da motivação pode exigir extensão de prazo e envio posterior.
Todas as motivações
A CEAC também fechou os dados de homicídios de vítimas femininas registrados em Mato Grosso entre os meses de janeiro e outubro de 2019, e que envolvem todas as motivações. Neste caso, foram contabilizadas 70 mortes de mulheres de todas as idades. O número é o mesmo registrado nos mesmos períodos de 2018 e de 2017.
A motivação passional continua liderando os casos, com 40%. Em seguida, estão os casos a apurar, com 27%, seguidos por “envolvimento com drogas” (14%); rixa (7%) e vingança (7%); pedofilia (2%) e álcool (2%); e por último, ambição (1%).
A sexta-feira foi o dia da semana com maior número de homicídios envolvendo vítimas femininas: 15. Em seguida, estão os seguintes dias da semana: quinta-feira (13), sábado (11), domingo (9), segunda-feira (8), quarta-feira (8), terça-feira (6).
Por faixa etária, as vítimas femininas predominantes (18) tinham entre 36 e 45 anos de idade; 13 possuíam de 18 a 24 anos de idade; 8 entre 30 e 35 anos; 8 de 46 a 59 anos; 7 entre 25 e 29 anos de idade; 7 de 12 a 17 anos; 5 acima de 60 anos; 3 entre zero e 11 anos; e uma com idade não informada.
O levantamento demonstrou ainda que 34% dos homicídios de mulheres foram cometidos com utilização de arma de fogo; 29% com arma cortante ou perfurante; 12% por força muscular; 7% com arma contundente; 1% por veneno; e em 17% dos casos foram empregados outros meios.