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SAÚDE
Domingo - 14 de Março de 2021 às 20:28
Por: Redação TA c/ Sicom-CBA

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Gustavo Duarte
Gustavo Duarte

Foram oito anos de muito sofrimento, angústia e dor. B.M.D., 54 anos, viu sua vida ser transformada quando passou a ‘viver’ em uma verdadeira prisão domiciliar imposta pela violência do então companheiro. Há quatro anos essa realidade mudou. B. deixou sua casa e o marido e foi morar com os filhos. Hoje, conta com o amparo do serviço ofertado pelo Espaço de Acolhimento, uma iniciativa da Prefeitura de Cuiabá, que funciona no Hospital Municipal Leony Palma de Carvalho (HMC). A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, foi uma articuladoras da iniciativa implantada em julho do ano passado.

Cansada das ameaças após a separação, B., com o suporte psicológico que recebe, já consegue perceber mudanças em sua vida pessoal e convívio familiar.

Ela conta que hoje ela tem novas perspectivas, consegue enxergar novos horizontes e acredita que é possível vencer. Ela participa de sessões de terapia e apoio psicológico, uma vez por semana.

“Não foi nada fácil dar o primeiro passo, pois o medo e ameaça são peças que estão junto em minha caminhada, são como membros do meu corpo. Mas de uma coisa eu sei. Eu quero mudar, acredita de que tudo é possível, basta a gente querer e tomar coragem. E aqui a gente encontra. Sou grata por todo esse suporte e o melhor, é totalmente gratuito”, contou.

“Tento esquecer o passado, viver o presente, sem pensar no futuro. Decidi pagar o preço”, desabafou.

Desde a sua criação, o Espaço do Acolhimento, tem alcançado resultados positivos no atendimento prestado às mulheres vítimas de violência doméstica. Dados registram o atendimento em média de 200 mulheres que buscaram por ajuda e hoje são assistidas pelo Espaço.

Natália Lopes é uma das psicólogas da equipe e explica que o trabalho é complexo. “Buscamos entender um pouco do contexto social e da violência que ela está passando. O nosso trabalho é pautado no resgate da autoestima, focado num processo de cicatrização das feridas. E é com esse acompanhamento psicológico com as nossas assistidas, aos poucos vamos fazendo esse resgate, retomamos as mulheres ao convívio social”, declarou a psicóloga.

Já a assistente social Maria José do Prado Vitoriano conta que desenvolver esse trabalho é muito gratificante. “Aqui no Espaço elas encontram suporte. Estamos prontos para atendê-las com a maior presteza e carinho. O nosso objetivo é fazer com que elas entendam que o que estão passando não é normal e possam retomar sua vida”, disse a assistente social.

A psicóloga e coordenadora do Espaço de Acolhimento, Thayssa Ferraz disse estar satisfeita com a recuperação gradativa da B..“Como é bom trabalhar num espaço especialmente preparado, cuidadosamente montado, sem perder nenhum detalhe e receber feedbacks iguais a esse. Poder ouvir que somos o resgate na vida de alguém nos fortalece e nos incentiva continuar”, declarou Thayssa.

FLUXO DE ATENDIMENTO- O Espaço de Acolhimento funciona no sistema porta aberta, 24 horas por dia e sete vezes por semana.

Ao chegar no espaço, a vítima passa pelo acolhimento psicossocial, onde é recebida pela assistente social e psicóloga para um primeiro bate papo para conhecimento do caso. Feito isso, mediante interesse pelo serviço dispensado pela Prefeitura, serão realizados encontros semanais, sendo uma vez por semana, para o tratamento com o especialista para amenizar os traumas e avançar no seu resgate emocional.

“Estamos tendo vários casos de mulheres que passaram pelo primeiro atendimento e tomaram a iniciativa de continuar. Esse retorno é muito importante para que possamos alcançar um dos resultados esperados com a criação desse Espaço de Acolhimento, o empoderamento feminino e a volta do amor próprio”, disse a coordenadora do Espaço de Acolhimento, Thayssa Ferraz.

Além dessa procura espontânea, as mulheres atendidas por meio da urgência e emergência também são informadas sobre o serviço especializado, bem como, aqueles casos encaminhados pelos órgãos especializados. Esses casos também são atendidos no Espaço de Acolhimento.





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