Pastagem irrigada mantém produção de leite no período da seca em Leverger
Com um rebanho de 45 vacas das raças Gersey e Girolando, ele utiliza o manejo de piquetes rotacionados no Sistema Voisin.Com uma produção de 200 litros de leite por dia, foram montados 60 piquetes para o gado produzir mais no pastoreio rotativo, ou seja, comem a cada dia num piquete diferente.
Conforme o produtor, nesse sistema o gado engorda mais e produz mais leite. Além disso, é possível manter maior quantidade de animais na área do que no pastoreio convencional. “Com o pasto irrigado e a mudança de piquete produzimos o ano todo, a mesma quantidade de leite, seja no período da seca ou das águas”, enfatiza.
As vacas com idade de dois a seis anos produzem em média 15 litros de leite por dia. A ordenha é mecânica e realizada duas vezes ao dia. O produtor Mafaldo conhece todo rebanho e chama pelo nome cada uma das vacas leiteiras. Segundo ele, essa foi uma forma carinhosa de falar com os animais e reconhecer o trabalho e talento delas.
De acordo com Ferreira, foram plantados três tipos de capim: Cameron, Roxo e Elefante Canará no sistema irrigado. O capim Canará é considerado uma das mais importantes forrageiras tropicais, devido ao seu elevado potencial de produção de biomassa, fácil adaptação aos diversos ecossistemas, tem boa aceitação pelos animais.
A muda do capim foi multiplicada pelo pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Franscisco Ildefonso Campos, e o zootecnista da Empaer, Antônio Rômulo Fava.
O produtor Mafaldo fala que além do capim é necessário alimentar o gado com uma ração balanceada com proteína que é fornecida aos animais duas vezes ao dia. “A forma correta para alimentar as vacas leiteiras é colocar comida a vontade no cocho e estar atento com a limpeza, higiene, organização e acima de tudo com a saúde do animal. Gasto em média de R$ 6 mil reais por mês em medicamentos para manter o plantel saudável e produtivo”, explica.
Na propriedade são produzidas em média 32 peças de queijo frescal por dia, pela esposa do produtor, Vânia Maria de Souza. Ela destaca que todo leite retirado é para produção de queijos, que são comercializados em residênciais, feiras e comércio em geral de Cuiabá e Santo Antônio de Leverger. “Trabalhamos de domingo a domingo e produzimos em média 900 peças de queijo por ano”, explica Vânia.
Outra fonte de renda na chácara das Flores é a criação de suínos, da raça caipira. Com um plantel acima de 40 suínos, os leitões são comercializados limpos e com peso de até 15 quilos. “Aqui na zona rural a crise ainda não chegou, nós temos leite, queijo, suínos, frangos, ovos e nasce todo ano em torno de 25 bezerros. Aqui nós temos muito trabalho”, enfatiza.
O engenheiro agrônomo da Empaer, Henrique Teodoro de Melo, fala que uma das vantagens da irrigação no pasto é a disponibilidade de capim durante o ano, diminuindo a sazonalidade da produção da forrageira. Segundo Henrique, a irrigação também trouxe a certeza da produção, independentemente de o ano ter boas chuvas ou não.