Após três meses, período proibitivo termina em Mato Grosso
Essa liberação pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) leva em conta a ocorrência de chuva em todas as regiões e melhoria nas condições do ar, que até o momento está boa na maioria dos municípios, conforme monitoramento do Laboratório de Qualidade Ambiental da secretaria.
Conforme o secretário-executivo do Comitê do Fogo, tenente coronel do Corpo de Bombeiros Hector Péricles, a liberação para as queimadas não influencia nas áreas urbanas, onde o uso do fogo é crime o ano inteiro.
Outro detalhe importante é que mesmo nas áreas rurais o produtor só pode usar fogo mediante autorização de queimada controlada que deve ser obtida na Sema. “Essa solicitação pode ser feita por meio eletrônico, no site da secretaria.”
Ele explica que o trabalho do Comitê e também do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) continua, já que se mantém o monitoramento dos focos de calor, com o efetivo à disposição para atuação em eventuais casos de incêndios florestais, principalmente nas unidades de conservação estaduais, que totalizam 46.
“Também já iniciamos nosso planejamento para 2016, com enfoque na parceria com os municípios para prevenção às queimadas.”
Balanço
Durante todo o período proibitivo as equipes do Corpo de Bombeiros atenderam 1.006 chamados, dos quais 304 do BEA e 702 pelos batalhões e companhias de Bombeiros no Estado.
O planejamento contou com 18 batalhões e companhias de Bombeiros Militar, quatro brigadas mistas, dez bases descentralizadas e uma equipe de apoio aéreo, com 115 bombeiros, em média, por dia.
Conforme Hector Péricles, três equipes continuam em campo entre outubro e novembro, com atuação nos municípios de Chapada dos Guimarães, Santo Antônio do Leverger e Feliz Natal.
Por área atendida, o maior número de incêndios se concentrou em propriedades privadas, com cerca de 70% dos registros (17.200), em segundo lugar, estão as terras indígenas, com 4.042 focos, em terceiro os assentamentos rurais, com 2.602, e em quarto as unidades de conservação estadual e federal, que totalizaram 909. Só na região metropolitana da Capital e Baixada Cuiabana, foram 624 atendimentos registrados pelo Comitê do Fogo/BEA.
Totalização dos focos
Até esta quinta-feira foram registrados 25.554 focos de calor em Mato Grosso, sendo 19.890 (77%) entre 15 de julho e 15 de outubro, época de estiagem em que a vegetação está mais propícia às queimadas e incêndios.
Na comparação com o ano passado houve um incremento pequeno, de apenas 2%, já que nesse mesmo período de 2014 foram registrados 25.060 focos de calor.
A mesma variação ocorreu entre 15 de julho e 15 de outubro, com 19.890 registrados este ano, e 19.012 no ano passado. Em 2015, os municípios que mais somaram focos de calor são: Colniza, São Félix do Araguaia, Gaúcha do Norte, Nova Bandeirantes, Cotriguaçu, Aripuanã, Comodoro, Santa Terezinha, Nova Maringá e Feliz Natal.
Quando comparado ao resto do país, o estado está em primeiro no ranking de focos de calor, conforme os satélites de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/Cptec). Na lista dos cinco que mais queimaram, com exceção da Bahia que contabilizou 12.740 focos e está em quinto lugar, os demais são da Amazônia Legal: Pará, com 24.343 focos de calor (2º), Maranhã, com 18.785 (3º), e Tocantins, com 13.949 (4º).
Denuncie
Na área urbana, a utilização do fogo é crime o ano inteiro, com penas e atuações conforme a legislação municipal. Na área rural, é preciso autorização da Sema para utilização da queima controlada, que o produtor pode obter formulário de solicitação na página www.sema.mt.gov.br, link ‘roteiros’, ícone SGF/Superintendência de Gestão Florestal, sub ícone CAQC.