Times empenham apoio a projeto que libera bebidas em estádios
“Para alavancar o futebol profissional em nosso Estado precisamos de investimentos, o que ficou restrito com a proibição das bebidas alcoólicas, uma vez que as cervejarias brasileiras eram as maiores patrocinadoras desse esporte. Precisamos de fontes de renda para manter nossas equipes, e essa é a melhor maneira de atraí-las”, afirmou Helmut Lawisch, presidente do Luverdense, único representante na história de Mato Grosso a disputar a Série B do Campeonato Brasileiro em sua configuração atual, de pontos corridos.
Carlos Rufino, presidente do União Esporte Clube de Rondonópolis, também é favorável a liberação da bebida e convocou todos os dirigentes esportivos à conversarem com os deputados estaduais com base em municípios que possuam time no Campeonato Mato-grossense, com intuito de convencê-los a acatar a proposta e dar celeridade em sua aprovação.
“Ninguém deixa de assistir ao futebol pela restrição na venda da cervejinha, pelo contrário, as pessoas preferem acompanhar as partidas em bares e locais públicos que comercializem a bebida, deixando o estádio às moscas, o que não é justo com os times que fazem investimentos milionários em suas equipes. Temos que mostrar aos nossos representantes políticos que a volta da cerveja nos estádios é um anseio da população, de pais, trabalhadores, que têm no futebol o seu momento de diversão semanal”, conclamou Rufino.
Durante o evento, Dilmar explicou que sua proposta foi retirada de tramitação e transformada em Substitutivo Integral em razão da existência de um projeto de lei com o mesmo teor apresentado em 2014 pelo então deputado Walter Rabello (PSD). A matéria, que já obteve parecer favorável da Comissão de Segurança Pública e Comunitária da Assembleia Legislativa, recebeu parecer contrário da Comissão de Constituição Justiça e Redação (CCJR), e que por isso, teve seu teor substituído
“Walter Rabello era um apaixonado pelo futebol, e atuou nos times do Mixto e do Operário, é justo que uma proposta de tamanha relevância leve o seu nome. O seu projeto tinha alguns pontos que configuravam vício de iniciativa, por isso recebeu parecer contrário da CCJR. O que fiz foi apresentar um Substitutivo Integral à proposta dele, corrigindo as irregularidades, e agora vou garantir que a proposta seja aprovada pela Assembleia Legislativa”, afirmou Dilmar.
O Substitutivo apresentado pleo democrata permite a venda e o consumo de bebidas alcoólicas antes, durante o intervalo e até 30 minutos após o término da partida. Dilmar ressalta que a cerveja será servida em copos ou garrafas plásticas, com teor alcoólico, no caso de cervejas industrializadas ou artesanais, de até 14%. Em camarotes e áreas VIP, o consumo será livre. A proibição da cerveja nos estádios brasileiros ocorreu em 2010, com a implementação do Estatuto do Torcedor.
“Não existe histórico de violência nos estádios mato-grossenses. Estou recebendo pressão de todos os lados por causa da minha proposta, mas não vou arredar, até porque, se a intenção é reduzir a violência, a venda de bebidas alcoólicas também teria que ser proibida em eventos Open Bar, onde jovens passam mais de cinco horas consumindo álcool, enquanto que, em uma partida, esse tempo não é maior de 90 minutos”, defendeu Dilmar. A matéria será tema de audiência pública com data ainda a ser definida.