“Antes de notificarmos e multarmos os estabelecimentos, é nosso desejo abrir o diálogo para uma conversa franca quanto as normais legais de funcionamento, que englobam desde poluição sonora a descarte de lixo. Nosso papel não é multar ou prejudicar os comerciantes através de punição. Primeiramente, queremos mostrar nosso apoio e ouvir este lado, que é tão importante como as perspectivas dos moradores da região”, afirmou Noelson Carlos Silva Dias, secretário-adjunto de Fiscalização da Secretaria Municipal de Ordem Pública.
A reunião partiu de uma nova iniciativa preventiva, que deve ser estendida a outras regiões que também dividem espaço entre condomínios residenciais e estabelecimentos comerciais como bares e restaurantes.
“Hoje temos aqui um projeto piloto que creio que resultará em resultados positivos. Recebemos frequentes denúncias por excesso de barulho e obstrução de garagens e a melhor forma de agir é colocando os comerciantes a par de seus direitos e deveres. Aqueles interessados em continuar trabalhando corretamente não apenas contribuirão para o diálogo, como acatarão as normas. O objetivo de reuniões como essa é ordenar o espaço, permitindo que ambos os lados convivam em paz”, apontou Noelson.
Ao longo do encontro, os comerciantes foram orientados a respeito da legislação pertinente às posturas municipais, tomaram conhecimento de um abaixo assinado realizado pelos moradores da região e puderam opinar quanto a aspectos cruciais ligados ao desempenho do seu trabalho no local.
“Sabemos que os maiores problemas que atualmente enfrentamos são o descarte de lixo em dias impróprios e o excesso de barulho, questões que são relativamente simples de resolver com o suporte da prefeitura. Quanto ao meu bar, desembolsei um alto valor em equipamentos acústicos para me adequar à lei e causar o menor dano possível. No entanto, alguns lugares ainda persistem no erro, assim como motoristas insistem em usar som automotivo, o que consequentemente prejudica aqueles que estão agindo conforme a lei”, Ramos, gerente do Ditado Popular.
Para Marcel Salomão Guimarães, representante da Sorveteria Alaska, um outro problema na região é a falta de segurança, que tem assustado os clientes. “Recentemente um desentendimento entre dois jovens terminou em uma tragédia em plena tarde, exatamente na praça. Gostaríamos de um apoio nesse sentido”, afirmou.
Para solucionar esse problema, a Secretaria Municipal de Ordem Pública se comprometeu a abrir caminhos e facilitar o acesso à Polícia Militar, para que as medidas cabíveis sejam tomadas em tempo hábil.
“Aquela região é muito ativa, com famílias que levam seus filhos para brincar na praça, a clientes que frequentam os bares e restaurantes. Zelar pela segurança de todos que ali transitam é fundamental e faremos essa ponte com a PM, para pensarmos em uma medida adequada para solucionar o problema. A Praça Popular é um ponto forte cultural e comercial e queremos encontrar o equilíbrio em que todos saiam ganhando”, revelou Eduardo Henrique de Souza, secretário municipal de Ordem Pública.
O saldo final da reunião foi positivo e segundo os comerciantes, a relação entre a gestão municipal e os moradores da região fica fortalecida. “É sempre bom sermos convidados para opinar e contribuir para a construção de uma cidade melhor e este encontro é um reflexo do apoio do poder público em nos orientar ao invés de multar”, concluiu Elaine Port, proprietária da Padaria Sorella.