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Jovens do Socioeducativo se dedicam à 2ª fase de prova
Quatro jovens da Escola Meninos do Futuro, no Complexo do Pomeri, em Cuiabá, farão a prova da 2ª fase da 11ª Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (OBMEP), que acontece no sábado (12.09). Alguns deles já haviam abandonado os estudos antes de entrar no local, onde cumprem medidas socioeducativas e são unânimes em dizer que não gostavam de matemática. Agora estão ansiosos e focados na bolsa de estudos e de iniciação científica que os vencedores ganharão para, assim, mudarem o rumo de suas histórias.
“Não vou mentir, nunca gostei de matemática, mas me animei com o resultado da primeira fase. Dá para ver que nada é impossível, mesmo tendo parado tanto tempo de estudar, consegui passar. Com relação a matemática tenho dificuldade em tudo, mas a professora é dedicada nas explicações e tenho conseguido avançar. Estou encarando o desafio como uma oportunidade de dar a volta por cima, recuperar a vida junto com a minha família, ir para a igreja, voltar a estudar, a trabalhar”, revelou G. R. P. S. que parou os estudos aos 12 anos por conta do mundo do crime. Ele está no Complexo há oito meses, veio de Tangará da Serra.
C. C. S., quer ser advogado porque “admira o trabalho do profissional”. Não gostava de estudar, muito menos de matemática. A mudança de pensamento, admite, veio do apoio que recebeu da direção da Escola Meninos do Futuro, que funciona dentro do Complexo Pomeri e da professora Erli da Silva, que leciona matemática há dois anos no local. Há 10 meses no Sistema Socioeducativo, ele atribui o fato devido as más companhias.
“Quero ganhar a bolsa de estudos para mostrar que assim como entrei, posso sair dessa vida. Embora minha mãe e minha avó me ensinaram sobre respeito, aqui dentro aprendi a valorizar mais isso, a ter mais educação com as pessoas mais velhas. Se eu quero respeito tenho que respeitar, é a lei da troca”, explicou o jovem, que é de Campo Novo do Parecis.
A experiência no Sistema Socioeducativo, segundo depoimentos deles, não é nada boa. L. G. é um dos que aguarda o primeiro relatório sobre a sua permanência no local, que deverá sair no próximo mês, para ir para casa. “Vou voltar a estudar, quero terminar meus estudos, cursar Engenharia Elétrica ou Mecânica. Não me vejo mais na prática criminosa e sei que tudo depende de você, ou seja, de cada indivíduo. Nada acontece se você não quer”, confessou, lembrando que seu pai é professor de matemática.
R. G. também está entre os bons de matemática. Dos quatro adolescentes, ele é o aluno com mais tempo no local, um ano e oito meses. Aprendeu nesse tempo o quanto os estudos são importantes na vida das pessoas. Achou a primeira fase da Olimpíada de Matemática um pouco difícil, mas está confiante para poder estudar e dar um rumo diferente na vida.
Para a professora Erli da Silva, que acompanha os alunos nessa maratona de estudos, esse interesse pela mudança é um sinal de que eles farão toda a diferença quando saírem do Sistema Socioeducativo. “Eles estão interessados em cursos técnicos, não querem cursos rápidos, preferem os mais duradouros. São dedicados e aceitam tudo o que a escola propõe. Estão dispostos a atividades diferentes. Esse interesse pela mudança é um sinal de que serão diferentes quando saírem daqui, se fosse só para sair das grades não teriam o mesmo empenho”, acredita a docente.
Sobre a reincidência dos jovens na criminalidade, Erli pondera que acontece por falta de apoio da família e do mercado de trabalho. “A maioria deles teve uma vida difícil lá fora. Eles merecem uma segunda ou terceira chance. E essa mudança começa na sala de aula, com cursos. A Olimpíada de Matemática está sendo uma grande oportunidade para eles mostrarem isso”.
No caso desses quatro adolescentes, eles cumprem medidas socioeducativas por conta de crimes como roubo, assassinato e latrocínio (roubo seguido de morte). Por isso, o trabalho é desenvolvido em parceria com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
Intensivão
Com o objetivo de melhor prepará-los para a prova de sábado (12.09), a professora realizou uma espécie de intensivão só com aulas de matemática. A segunda fase da OBMEP representa a etapa final em Mato Grosso. O resultado sairá no dia 27 de novembro.
Atualmente estão no Pomeri, 47 jovens do sexo masculino e 12 do feminino. Dezoito alunos participaram da primeira fase da Olimpíada de Matemática e sete passaram para a segunda fase. “Três dos sete foram reintegrados à família, portanto, não sabemos se farão a prova neste sábado. Os quatro que estão aqui serão acompanhados até o local da prova”, explicou Anísio José Guimarães, diretor da Escola Estadual Meninos do Futuro, ao informar que está é a primeira vez que a escola participa do evento.
Segundo o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, a primeira fase da Olímpiada contou com 18 milhões de inscritos e 888.822 passaram para a segunda fase, representando mais de 42.300 escolas.
Em todo o Brasil, cerca de 6,5 mil alunos serão premiados com medalhas de ouro, prata e bronze. Os vencedores terão, ainda, a oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica Junior (Pic-OBMEP) que também dará direito a uma bolsa de Iniciação Científica Jr., pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
“Não vou mentir, nunca gostei de matemática, mas me animei com o resultado da primeira fase. Dá para ver que nada é impossível, mesmo tendo parado tanto tempo de estudar, consegui passar. Com relação a matemática tenho dificuldade em tudo, mas a professora é dedicada nas explicações e tenho conseguido avançar. Estou encarando o desafio como uma oportunidade de dar a volta por cima, recuperar a vida junto com a minha família, ir para a igreja, voltar a estudar, a trabalhar”, revelou G. R. P. S. que parou os estudos aos 12 anos por conta do mundo do crime. Ele está no Complexo há oito meses, veio de Tangará da Serra.
C. C. S., quer ser advogado porque “admira o trabalho do profissional”. Não gostava de estudar, muito menos de matemática. A mudança de pensamento, admite, veio do apoio que recebeu da direção da Escola Meninos do Futuro, que funciona dentro do Complexo Pomeri e da professora Erli da Silva, que leciona matemática há dois anos no local. Há 10 meses no Sistema Socioeducativo, ele atribui o fato devido as más companhias.
“Quero ganhar a bolsa de estudos para mostrar que assim como entrei, posso sair dessa vida. Embora minha mãe e minha avó me ensinaram sobre respeito, aqui dentro aprendi a valorizar mais isso, a ter mais educação com as pessoas mais velhas. Se eu quero respeito tenho que respeitar, é a lei da troca”, explicou o jovem, que é de Campo Novo do Parecis.
A experiência no Sistema Socioeducativo, segundo depoimentos deles, não é nada boa. L. G. é um dos que aguarda o primeiro relatório sobre a sua permanência no local, que deverá sair no próximo mês, para ir para casa. “Vou voltar a estudar, quero terminar meus estudos, cursar Engenharia Elétrica ou Mecânica. Não me vejo mais na prática criminosa e sei que tudo depende de você, ou seja, de cada indivíduo. Nada acontece se você não quer”, confessou, lembrando que seu pai é professor de matemática.
R. G. também está entre os bons de matemática. Dos quatro adolescentes, ele é o aluno com mais tempo no local, um ano e oito meses. Aprendeu nesse tempo o quanto os estudos são importantes na vida das pessoas. Achou a primeira fase da Olimpíada de Matemática um pouco difícil, mas está confiante para poder estudar e dar um rumo diferente na vida.
Para a professora Erli da Silva, que acompanha os alunos nessa maratona de estudos, esse interesse pela mudança é um sinal de que eles farão toda a diferença quando saírem do Sistema Socioeducativo. “Eles estão interessados em cursos técnicos, não querem cursos rápidos, preferem os mais duradouros. São dedicados e aceitam tudo o que a escola propõe. Estão dispostos a atividades diferentes. Esse interesse pela mudança é um sinal de que serão diferentes quando saírem daqui, se fosse só para sair das grades não teriam o mesmo empenho”, acredita a docente.
Sobre a reincidência dos jovens na criminalidade, Erli pondera que acontece por falta de apoio da família e do mercado de trabalho. “A maioria deles teve uma vida difícil lá fora. Eles merecem uma segunda ou terceira chance. E essa mudança começa na sala de aula, com cursos. A Olimpíada de Matemática está sendo uma grande oportunidade para eles mostrarem isso”.
No caso desses quatro adolescentes, eles cumprem medidas socioeducativas por conta de crimes como roubo, assassinato e latrocínio (roubo seguido de morte). Por isso, o trabalho é desenvolvido em parceria com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
Intensivão
Com o objetivo de melhor prepará-los para a prova de sábado (12.09), a professora realizou uma espécie de intensivão só com aulas de matemática. A segunda fase da OBMEP representa a etapa final em Mato Grosso. O resultado sairá no dia 27 de novembro.
Atualmente estão no Pomeri, 47 jovens do sexo masculino e 12 do feminino. Dezoito alunos participaram da primeira fase da Olimpíada de Matemática e sete passaram para a segunda fase. “Três dos sete foram reintegrados à família, portanto, não sabemos se farão a prova neste sábado. Os quatro que estão aqui serão acompanhados até o local da prova”, explicou Anísio José Guimarães, diretor da Escola Estadual Meninos do Futuro, ao informar que está é a primeira vez que a escola participa do evento.
Segundo o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, a primeira fase da Olímpiada contou com 18 milhões de inscritos e 888.822 passaram para a segunda fase, representando mais de 42.300 escolas.
Em todo o Brasil, cerca de 6,5 mil alunos serão premiados com medalhas de ouro, prata e bronze. Os vencedores terão, ainda, a oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica Junior (Pic-OBMEP) que também dará direito a uma bolsa de Iniciação Científica Jr., pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
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