Preço do gás chegará a R$ 82,50 em MT
Historicamente o valor do botijão de 13 quilos de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) apurado em Mato Grosso pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é o maior do país. A 2ª maior cotação é verificada no Amapá, onde atingiu R$ 59,88 no mês passado.
Com incorporação do reajuste de 24% no preço do gás de cozinha, em alguns municípios mato-grossenses onde a cotação já é mais elevada, o consumidor poderá desembolsar até R$ 82,50 por botijão. É o caso da população de Sorriso, que pagou no mês passado R$ 66,50, em média, pelo produto.
Em Alta Floresta, onde é verificada a 2ª maior cotação estadual do botijão de GLP, os preços chegam a R$ 79,05 com o reajuste. Mesmo em Cáceres, que tem o menor preço médio do Estado, os consumidores terão um aumento de R$ 12,55 e pagarão R$ 64,88.
A majoração de 24% será assimilada por revendedores de todo o país, diz o presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da região Centro-Oeste (Sinegás), Zenildo Dias do Vale.
O índice inclui o reajuste médio de 15%, anunciado pela Petrobras nesta segunda-feira (31) e que entrou em vigor nesta terça-feira (1º), além do aumento médio anual de 9% referente ao reajuste salarial dos trabalhadores da categoria. “Todo ano, em setembro, é incorporado o reajuste previsto no dissídio coletivo”, observa o presidente do Sinegás, acrescentando que em 2014 o reajuste salarial foi de 8%.
Conforme ele, a alta nos preços do gás para uso residencial também afetará os preços do gás industrial. Segundo informações da Petrobras, a alta média de 15% passa a vigorar sobre os preços do gás envasado em botijões de até 13 quilos.
Proprietário de restaurante em Cuiabá, Araripe José de Amorim utiliza no estabelecimento o gás envasado, pelo qual paga R$ 4,65/kg. “A cada 20 dias preciso reabastecer 200 quilos, num gasto R$ 1,3 mil”. Como a família cozinha pouco em casa, a troca do botijão de 13 kg é menos frequente, completa o comerciante. “Na última compra, há uns 15 dias, paguei R$ 65 pelo botijão”.
Para Josué Alves, 51, os preços praticados em Mato Grosso na revenda do GLP são abusivos. Desempregado, com a despesa familiar sendo suprida apenas pela esposa, ele prevê que terá que cortar outros produtos para garantir o gás. “Vamos ter que deixar de comer carne bovina, que também é muito cara aqui".