Mal acabadas, obras da Copa causam acidentes em Cuiabá e VG
O doutor em engenharia civil e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Luiz Miguel de Miranda, ressaltou que isso acontece porque as empreiteiras não constroem a drenagem ou o bueiro antes de se fazer o pavimento final da via. Outra situação ocorre também quando a tampa do bueiro fica acima do nível do asfalto, transformando-se em obstáculo para os condutores. “Esse desnível do asfalto ocorre porque o recapeamento é feito por cima dos bueiros antigos, o que pode acabar ocasionando uma imperfeição no asfalto”, relatou.
Porém, quando ocorre o recalque (assentamento), o engenheiro alertou que o asfalto precisa ser readequado para evitar acidentes. “Principalmente por conta dos motociclistas que caem nesses desníveis ou sofrem um solavanco maior”, avaliou o professor da UFMT.
Em agosto do ano passado, após sofrer um acidente em uma obra da Copa do Mundo, uma moradora prometeu processar a Prefeitura de Cuiabá e à Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), hoje Secretaria de Cidades (Secid), por danos morais e materiais. O desnível dos bueiros da Avenida Miguel Sutil teria feito com que ela perdesse o controle da moto e caísse. Ela e o marido, na época, sofreram várias escoriações e a moto ficou danificada.
De acordo com a manicure Ariane Cristina Ferreira, de 30 anos, na noite do dia 16 de agosto, ao passar pelo obstáculo perdeu completamente o controle da moto, que acabou levando ela e o marido, o serralheiro José Márcio, de 41 anos, ao chão. Na ocasião, a família sofreu diversas escoriações e cortes nas mãos, braços, pernas, tórax e barriga.
A Secretaria de Cidades (Secid) informou que a Controladoria Geral do Estado (CGE) elaborou um relatório, após uma auditoria feita nas Obras da Copa, no qual constam essas irregularidades. Conforme a Secid, este relatório específico – sobre as imperfeições das vias causadas pelos bueiros - foi encaminhado à Procuradoria Geral (PGE).
Esta relatou que, primeiro, vai exigir o cumprimento do contrato por parte das empresas, pois as obras têm garantia de cinco anos. Caso não haja uma adequação nessas obras, a Procuradoria vai notificar judicialmente as empresas.