Segunda etapa da Paz em Casa é oficialmente aberta
“Nosso foco é desenvolver ações de proteção à mulher e às famílias. A primeira fase foi um sucesso e a segunda certamente será, pois todos os juízes estão empenhados em realizar atividades tanto na prestação jurisdicional como também atividades sociais. Só em Rondonópolis, teremos 10 julgamentos de crimes dolosos contra a vida de mulheres esta semana”, defendeu a desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, líder da campanha e responsável pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher).
De acordo com a desembargadora, a partir do momento em que o Poder Judiciário do Estado desenvolve ações que envolvam a família, automaticamente toda a sociedade é beneficiada. “O resultado é o aumento da credibilidade do Judiciário”, afirma. Maria Aparecida Ribeiro destacou ainda o trabalho e a atuação dos magistrados da comarca em defesa das causas mais justas, principalmente da violência doméstica.
Para a corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maria Erotides Kneip, a violência contra a mulher é velada, silenciosa. “São mutilações morais muitas vezes minimizadas culturalmente. Mas os números são alarmantes, a violência tem aparecido mais”, frisou. A corregedora falou também da necessidade de haver um choque de gestão, especialmente com relação aos processos, e frisou o acompanhamento da produtividade das varas realizado pela Auditoria da CGJ.
“Nós queremos ver os painéis da Auditoria da Corregedoria completamente verdes, da cor da campanha, indicando que os processos estão dentro dos prazos, sentenciados ou movimentados. Queremos ver a atuação proativa da Justiça, uma governança diferenciada nas causas que envolvem a paz em casa. Queremos uma atuação muito mais dinâmica e próxima dos que sofrem violência”, determinou a desembargadora.
Segundo o magistrado Carlos José Rondon Luz, titular da Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e coordenador local da campanha, a violência contra a mulher é uma das formas de violação dos direitos humanos e isso é inaceitável. “Por isso o Poder Judiciário de Rondonópolis têm realizado um trabalho firme e contínuo buscando a pacificação social e a paz em casa. Acreditamos e temos a convicção de que esse trabalho é o único caminho viável para construirmos uma sociedade livre, justa e solidária”, afirmou.
O juiz acrescentou que, para atingir o objetivo de diminuir os índices de violência, são realizadas ações repressivas e preventivas. “As audiências de instrução, sessões do tribunal do júri, imposição de medidas protetivas e o monitoramento eletrônico com tornozeleiras e botão do alerta são exemplos de ações repressivas. E o estímulo ao debate, a distribuição de materiais e a própria realização da campanha são ações de prevenção”, contou.
Participaram do evento em Rondonópolis a juíza auxiliar da CGJ Amini Haddad, o presidente do Fórum da comarca, Rhamice Abdallah, o juiz titular da 1ª Vara Criminal, Wladymir Perri, o procurador-geral do município, Fabrício Miguel Correa, o vereador Ibrahim Zaher, representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública, além de magistrados e servidores do Judiciário.
A abertura oficial da campanha contou ainda com apresentação de um vídeo da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre violência contra a mulher e apresentação musical do Coral ‘Pequenos Jovens Grandes Talentos’, que é mantido pelo Corpo de Bombeiros da cidade.