Empresários da Prainha se revoltam com indecisão sobre VLT
A revolta se dá não só pela paralisação da obra, mas também pela falta de soluções paliativas por parte do poder público, como a cessão do canteiro central para estacionamento. Contrário à instalação do modal desde o início, o sócio-proprietário de uma loja especializada em móveis, produtos de escritórios e papelaria, Assan Salin, indagou: “Em que cidade essa obra está sendo feita? Cuiabá. Quem é responsável por isso? A prefeitura”, disse.
Segundo ele, há uma omissão do poder público no que diz respeito à atual situação das obras de mobilidade na cidade, em especial a do VLT. “Já nos reunimos com Mauro Mendes, mas o prefeito disse que não pode fazer nada, ou seja, nossa demanda (minha e dos comerciantes da região) foi em vão”.
De acordo com os comerciantes da Prainha, em trechos nos quais as obras do VLT não se iniciar tão cedo, poderia haver locais para estacionamento, como seria o caso do cruzamento com a Avenida Dom Bosco. Em uma loja de utensílios domésticos, a coordenadora do local Cristiane Sousa lembra que essa luta não é de hoje. “A direção da loja já buscou a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CLD) para debater o tema, mas até agora não temos nenhum resposta”, lembrou.
Segundo Cristiane, faltam espaços na avenida e, devido aos transtornos, muitos clientes evitam ir até o local, resultando em prejuízos. Assan também afirma que todos tiveram prejuízos devido à falta de vendas. “O menor prejuízo aqui deve ter sido de 30%”, afirma. Isso acontece, segundo ele, quando o cliente lembra que a loja está localizada em um local cheio de obstrução, logo, ele evita parar para não gerar problemas.
Afirmar que o canteiro central não tem utilidade, para eles, é uma mentira. Lixo tem sido depositado no espaço, pedaços de veículos e objetos são arrastados pelas chuvas e ficam no local, como um depósito. “Não há sequer uma limpeza adequada”, lembram.
A agonia dos comerciantes vai continuar por pelo menos mais um mês. Apesar de a Secretaria de Estado de Cidades (Secid) ter dado início a um estudo de reaproveitamento das vias onde há obra do VLT, o resultado depende de audiência pública entre o Estado e o Consórcio VLT, responsável pelas obras. Conforme a assessoria da pasta, a audiência está marcada para o final deste mês.
A continuidade da obra está em jogo, caso a instalação seja descartada, o estudo terá uma continuidade e uma solução será pensada e colocada em prática. Até lá, mais um pouco de caos. “A obra aqui já dura dois anos, essa avenida é um cartão postal da cidade, quem chega passa por aqui. Mas isso não é mais motivo de orgulho e sim de vergonha”, finalizou Salim.