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CIDADE
Quarta - 06 de Maio de 2015 às 16:51
Por: A Gazeta

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 Menos clientes e mais prejuízos. Essa é a herança da Copa do Mundo com obras inacabadas, especialmente de mobilidade urbana e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Em Várzea Grande, os empresários que mantêm estabelecimentos na avenida da FEB registram queda de até 80% no fluxo de clientes, desde que iniciou a implantação do novo modal, em outubro de 2012.

Com a obra paralisada desde dezembro de 2014, a população desacredita que poderá usufruir de um meio de transporte confortável, mesmo após pagar R$ 1,086 bilhão pelo modal apontado como “o mais moderno do mundo”. “É vergonhoso! Ninguém acredita que essa obra será terminada”, desabafa João Caetano de Souza, proprietário há 28 anos de uma oficina mecânica na avenida da FEB.

“Eu perdi 70% dos clientes da oficina, só ficaram os antigos, cliente novo não vem mais”. Ele também “perdeu” cerca de 5 metros do terreno onde está instalada a empresa, que foram cedidos para o alargamento da via. “Em maio vai fazer 2 anos, mas nunca recebi nada por isso. Fiquei sem entrada pela FEB, agora os clientes chegam pelos fundos, na rua José de Alencar”, detalha. Com a diminuição na clientela, o comerciante chegou a ter o nome negativado.

“A avenida está feia, acabada, a população evita passar por aqui inclusive porque ficou perigoso”, expõe o gerente de vendas de uma concessionária no local, Fabrício Mota. Ele diz que há tampas de bueiros deslocadas e a avenida ficou estreita, além da falta de retornos. “Os condutores precisam ter muito cuidado, tem o risco de colidir no bloco de concreto ou em quem vai ao lado, além do perigo de cortar os pneus nas tampas dos bueiros no meio da via”.

Para ele, os empresários ficaram com todo o prejuízo da obra incompleta. “Os empresários chegaram a sugerir que seja adaptado um acesso por cima dos trilhos nos pontos onde havia retorno na pista, porque sabemos que essa obra vai continuar parada por muito tempo, então os comerciantes precisam de ajuda”.

Proprietária de um hotel no mesmo endereço, Eunice Ferreira Machado estima que o movimento de hóspedes no estabelecimento baixou entre 70% a 80%, desde que a construção foi iniciada. “Com as interdições, a quantidade de clientes começou a diminuir, o acesso ao hotel ficou muito difícil, reduzimos o estacionamento na frente para ampliar a avenida”. Ela relata que ocorreram 2 acidentes de trânsito em frente ao estabelecimento, com condutores em alta velocidade colidindo com aqueles que entravam no hotel. “Falta sinalização e quem vem pela Miguel Sutil tem que entrar no bairro da Manga, em ruas esburacadas, por isso desiste de vir”.

No início da obra, a calçada em frente ao hotel foi quebrada e o bueiro ficou aberto, diz a empresária. “Refizemos o calçamento e a prefeitura não foi capaz de terminar o meio fio. Com isso, as chuvas provocaram erosão no terreno ao lado e inundavam a garagem do hotel.

Para evitar que o muro caísse, compramos 3 caminhões de aterro para depositar no local e também pedimos à concessionária de energia para mudar o poste antes que caísse”. Por causa dessa situação, a empresária também participou do protesto em meados de março, quando a população saiu em passeata desde a avenida da FEB até o Centro Político Administrativo (CPA).

Outros estabelecimentos também reclamam da dificuldade com a autorização para obras. Com as calçadas inacabadas e sem perspectivas de as obras serem retomadas, os empresários querem, por conta própria, fazer as adequações para melhorar o acesso dos clientes ao estabelecimento. Acontece que não conseguem o alvará da obra na prefeitura, que repassa o problema ao governo do Estado. Este, por sua vez não se pronuncia, efetivamente, sobre o que será feito para solucionar o problema.





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