Estoque de combustível pode acabar em Cuiabá e Várzea Grande
De acordo com o diretor executivo do Sindipetróleo, Nelson Soares Junior, o depósito na capital só ficou garantido por mais cinco dias porque os pedidos nas distribuidoras foram entregues antes da paralisação total da classe dos caminhoneiros.
Segundo Nelson, cada posto de gasolina tem a capacidade de mais de 60 mil litros nos reservatórios. O estoque é capaz de abastecer cerca de 20 litros em três mil carros.
“Em cada posto entra em média 200 carros por dia. E como todos os postos na capital foram reabastecidos antes pelas três bases do Estado, a previsão é que o abastecimento consiga manter a demanda por mais cinco dias”, disse.
O diretor acredita, que caso o combustível falte nos postos de gasolina o mercado não vai sofrer uma alta, porque essa não é uma intenção dos empresários.
“Caso o cliente perceba esse aumento ele deve registrar na Coordenadoria de Proteção e Orientação ao Consumidor (Procon). Primeiro porque o manifesto não é de interesse nosso e sim um protesto pontual dos caminhoneiros”, pontuou Soares.
REFLEXO
Os protestos de caminhoneiros já causaram o desabastecimento de combustíveis em postos de três cidades. Na tarde de terça-feira (25), vários motoristas tiveram que enfrentar longas filas para abastecer os veículos com álcool, gasolina e óleo diesel.
Nas cidades de São José do Rio Claro e Sinop, todos os postos já se encontram desabastecidos, pois os caminhões que transportam os combustíveis estão parados nas barreiras. Em Sinop, a base de abastecimento confirmou que há falta de combustível principalmente de óleo diesel e de etanol anidro, para mistura na gasolina.
Já em Primavera do Leste e Nova Mutum, os proprietários de postos temem que o estoque acabe. Segundo o Sindipretróleo, a situação se agrava porque os caminhões que transportam o produto têm nove eixos, e somente podem trafegar pelas rodovias entre as 6h e 18h.
PROTESTOS
A manifestação dos caminhoneiros entra em seu nono dia. Nesta quinta-feira (25), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que oito pontos de bloqueio continuam nas BRs 163 e 364, entre as cidades de Rondonópolis, Cuiabá, Diamantino, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop e Primavera do Leste.
ACORDO
O governo do Estado está negociando uma série de medidas com os manifestantes para liberar as rodovias. Entre elas a realização de uma reunião com as principais tradings (ADM, Bunge, Cargill, Louis Dreyfuss e Amaggi) onde foi discutido o valor do frete que está sendo pago aos caminhoneiros, bem abaixo do valor referencial divulgado pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz). Desta reunião participarão também o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Estadual (MPE).
Foi firmado um acordo para que todas as cargas de alimentos perecíveis, gás de cozinha, oxigênio e combustível sejam liberadas, mas a medida está cumprida.
O secretário de Fazenda, Paulo Brustolin, que participa das negociações diz que a Sefaz congelou a pauta fiscal que estabelece os Preços Médios Ponderados ao Consumidor Final (PMPF) do óleo diesel, por 15 dias, o que evitará impacto de 5,77% na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços (ICMS).