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ECONOMIA
Quarta - 25 de Fevereiro de 2015 às 23:43
Por: Do G1, em São Paulo

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Foto: Reprodução/TVCA
Protesto de caminhoneiros em Mato Grosso
Protesto de caminhoneiros em Mato Grosso
Sindicatos e associações que representam caminhoneiros aceitaram na noite desta quarta-feira (25) os termos do acordo proposto pelo governo para colocar fim aos protestos da categoria, que nos últimos dias promoveu bloqueios em rodovias por todo o país, gerando, inclusive, desabastecimento de produtos em algumas regiões.

Entretanto, o acordo não contou com o apoio de Ivar Luiz Schmidt, que se diz representante do Comando Nacional do Transporte, movimento que, segundo ele, é responsável por cerca de 100 pontos de bloqueio nas estradas.

Schmidt, que chegou a ser impedido de participar das negociações que aconteceram durante todo o dia na sede do Ministério dos Transportes, em Brasília, afirmou, no início da madrugada desta quinta (26), por telefone, que “continua tudo bloqueado.”

De acordo com ele, os pontos de bloqueio, que até o momento restringiam apenas a passagem de caminhões transportando produtos não-perecíveis, podem passar a barrar inclusive carro de passeio a partir desta quinta. “[A manutenção dos bloqueios] é pro governo saber quem é a liderança que devem procurar”, disse Schmidt.

O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, havia informado no final da noite desta quarta que os representantes dos caminhoneiros aceitaram o acordo proposto pelo governo mais cedo para colocar fim aos protestos e bloqueios de rodovias em todo o país.

Ao deixar o Ministério dos Transportes, em Brasília, por volta das 23h55, Rodrigues disse que o texto do acordo assinado é o mesmo do proposto mais cedo pelo governo, e que prevê a sanção sem vetos da Lei dos Caminheiros além de um compromisso da Petrobras em não reajustar o diesel nos próximos seis meses.

Antes da reunião em Brasília, o governo conseguiu na Justiça a liberação das rodovias federais em 11 estados. Porém, até as 20h desta quarta, os caminhoneiros mantinham bloqueios em seis deles.

As decisões judiciais, divulgadas entre esta terça e quarta, impedem os motoristas de fecharem todas as rodovias federais de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Ceará, e em 14 municípios de outros cinco estados – Paraná, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Até a noite desta quarta, ainda havia registro de bloqueios em Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os juízes fixaram multas que variam de R$ 1 mil a R$ 50 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar as pistas.

Como as decisões se referem apenas às rodovias federais, em alguns estados, principalmente no sul do país, os caminhoneiros têm mantido fechados trechos de estradas estaduais.

Os bloqueios afetaram o abastecimento em algumas regiões, além de inviabilizar a produção de setores como laticínios e carros.

A categoria protesta contra o aumento do preço do litro do óleo diesel e o valor pago pelos fretes, que considera baixo. O governo já havia adiantado que não vai voltar atrás no reajuste do combustível.

Negociação

Para chegar a um acordo com a categoria, o governo se comprometeu a sancionar sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, aprovada pela Câmara no dia 11, e a não reajustar o preço do diesel nos próximos seis meses.

O anúncio foi feito pelo secretário-geral da Presidência, ministro Miguel Rossetto, após reunião com os representantes dos caminhoneiros nesta tarde em Brasília. O ministro disse ainda que empresários e motoristas elaborarão uma tabela para definir os preços do frete.

Em contrapartida, o governo exige a liberação imediata de todas as estradas com bloqueio no país. Em uma semana de mobilização nacional, já foram registradas paralisações de caminhoneiros em 14 estados.





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