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SISTEMA PRISIONAL
Segunda - 16 de Fevereiro de 2015 às 12:15
Por: Redação TA c/ Gcom

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Mayke Toscano/GCOM-MT
Flávia Emanuelle de Souza Soares, superintendente de Penitenciárias
Flávia Emanuelle de Souza Soares, superintendente de Penitenciárias
Quando Flávia Emanuelle de Souza Soares ingressou na carreira de agente penitenciário, em 2004, não imaginou que dez anos depois entraria para a história de Mato Grosso como a primeira mulher a comandar o sistema prisional do estado. Formada em administração e recursos humanos e pós- graduada em gestão de projetos e terapia comportamental. No ano passado ela voltou aos bancos da faculdade ao ser aprovada para o curso de serviço social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Até chegar ao cargo de superintendente de Penitenciárias da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), ela percorreu um longo caminho desde que ingressou no estado via concurso público. Foram quatro anos trabalhando no presidio feminino, onde passou por todos os setores, desde a segurança até auxiliar de psicologia e assistência social. Depois foram mais quatro anos trabalhando na área de Recursos Humanos, atuando principalmente com projetos relativos à saúde do trabalhador. Nos últimos dois anos assumiu a assessoria do coronel Clarindo Alves de Castro, secretario adjunto da Sejudh.

Flávia acredita que a conquista foi devido ao tempo de carreira e por tudo que realizou em prol do sistema prisional. Com apenas 33 anos, ela se tornou responsável pela gestão de seis penitenciárias estaduais, o Centro de Ressocialização, o Centro de Custódia, a Escola Penitenciária, a central de Monitoramento e as Gerências de Saúde e Infraestrutura da Sejudh. A grande responsabilidade não a assusta, pelo contrário, ela diz estar ansiosa para o novo desafio. “Estou muito feliz. É um exercício novo, de muita responsabilidade. Como trabalho com muitos homens, então tem momentos em que tenho que ser firme, ter condições de conversar como profissional e sem esta questão de gênero”.

A superintendente disse também que se supreendeu com a forma como foi recebida na nova função. Ela explica que os homens chegam meio desconfiados, mas depois sentam e conversam, sempre com muito respeito. “Tem momentos que você pensa que eles não vão te ouvir, que não vai conseguir expor suas ideias, mas pelo contrário, conseguimos discutir e chegar em um consenso. É a primeira vez que uma mulher está à frente destão gestão. Estou sendo tratada com profissionalismo, de igual para igual. O sistema prisional evoluiu muito profissionalmente, é um novo tempo”.

Vencendo desafios 

Flávia avalia que a sua conquista poderá abrir portas a outras mulheres. Ela acredita que a mulher está na luta e tem conseguido vencer os desafios. Porém, na segurança pública, o caminho a ser percorrido ainda é longo. Em sua opinião, o número de mulheres que ocupam cargos diretivos na área é muito baixo em relação à quantidade de servidoras mulheres. “Aos poucos nós vamos ganhando nosso espaço e mostrando que conseguimos desenvolver funções que antigamente eram predominantemente masculinas”, avalia.

Nos 10 anos de carreira, Flávia sempre realizou importantes projetos visando a formação de servidores junto à escola penitenciária e planejamentos voltados para o bem-estar do trabalhador. Uma destas ações lhe rendeu o prêmio nacional Plíno Brasil Milano por sua atuação na área administrativa de segurança pública. A premiação foi por conta de um artigo sobre clima organizacional, com ações para melhoria da qualidade de vida dos servidores.

Enquanto superintendente, ela diz que pretende continuar o que vem sendo realizado pelo coronel Castro, desenvolvendo capacitação profissional e ampliando o número de vagas escolares. Para isso, ela conta com o apoio do governador Pedro Taques e do secretário Márcio Dorileo para manter parcerias com outras secretarias estaduais na realização de trabalho dentro do sistema prisional, entre elas a saúde, educação e assistência social e com fundações essenciais como a Nova Chance.

No primeiro mês à frente do cargo, Flávia vem realizando um trabalho de visitação em unidades prisionais de Cuiabá e interior, conhecendo os servidores e os reeducandos. No dia a dia vem sendo um pouco complicado conciliar a vida em família com a de superintendente prisional. Mãe de três filhos, com idades entre 10 e 16 anos, ela faz questão de jantar com os filhos todos os dias e tomar o café da manhã com eles sempre que possível. “É complicado este equilibrio, mas aos poucos a gente vai se ajeitando“, garante. 

 





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