CYNTHIA LEMOS
É preciso acolher a dor para curá-la
As perdas são doloridas.
E quantas perdas temos durante a vida...
A sensação de estar vivenciando o cerne do encerramento de um ciclo é algo tão vazio, tão sem resposta, que a escuridão deste redemoinho que nos engole, parece que nos consumirá para sempre.
E estranhamente existe um desejo mesmo de ser consumido.
As dores se dissolvem quando você pode ao invés de tentá-la excluir, arrancar, simplesmente acolher.
Acolher a pequenez, a impotência, o que se mostra do jeito que é reconhecendo o que há nesta dor.
Respeitando tudo que ela traz, reconhecendo cada parte, cada lugar.
Tudo que ela traz dentro do seu saco de dor.
Tudo passa, sempre o agora é tão instantâneo que já foi. E assim como ele se vai a cada segundo e retorna em outro de outra forma, a dor pode ser dissolvida se tiver o seu espaço e lugar no agora que precisa se manifestar.
Compreender cada intenção, cada limitação e dividir a responsabilidade, transformando a culpa em decisão, em risco e principalmente em intenção.
A intenção do que se queria criar e talvez por alguma outra circunstância não se criou.
Quando oferecemos esse espaço ao luto do que não se foi permitido criar, a dor ao ser acolhida pode vir a se modificar, se transformar talvez em um sentimento de paz, alívio e gratidão. A gratidão pela oportunidade de viver e ter a chance novamente de crescer e reconhecer mais uma vez de forma diferente cada amanhecer de um céu azul, de um universo imenso que pode nos lembrar de nossa pequenez, como também da nossa grandeza quando conectados estamos.
Sendo gratos, sendo leve, sendo amor já não sou só dor, sou saudade grata.
Que presente, que agora, que permissão! A permissão de seguir vivendo mais um pouco para contemplar tudo isso, que é tudo que sei, sabendo que se foi permitido porque eu permiti minha dor de manifestar em todas as suas fases:
Tristeza profunda, indignação, negação, inconformismo, raiva, lágrimas, vazio de precipício, esvaziamento total, gratidão. Compreensão. Paz. Minha paz de hoje.
Minha música das lágrimas que hoje representam minha inspiração de paz expressada em palavras de gratidão.
Da gratidão por viver tudo isso, inclusive essa experiência da dor, que também sou eu, que também faz parte de mim, para me lembrar que sou humana, em todas as minhas partes, em toda a minha plenitude de ser, que ao contrário do que todos imaginam, nesta plenitude existe agora o que era também essa partezinha chamada dor, que hoje se transformou em saudade esvaziada de dor, preenchida de amor e gratidão.
Sim, o amor é a expressão viva, pois foi cuidado, tratado e expressado.
Permiti hoje dar espaço a minha dor, a reconheci e a acolhi.
Minha dor teve voz e assim se curou no amor.
Cynthia Lemos é Psicóloga Empresarial e Coach na Grandy Desenvolvimento Humano. Especialista no Desenvolvimento de Líderes e Empresas tem a missão de: Expandir a Consciência e Gerar Ações Transformadoras – para pessoas e empresas que desejam evoluir em seus projetos e objetivos. Email: cynthia@grandy.com.br