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Sábado - 05 de Julho de 2014 às 07:03
Por: Carlos Avalone

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Há 8 anos, desde 6 de julho de 2006, meu telefone parou de tocar de madrugada. Dante dormia tarde e acordava cedo, tinha pressa, vivia intensamente cada momento, como se soubesse que tinha pouco tempo por aqui. Ele acordava e já começava a sonhar. Soa estranho, mas Dante sonhava acordado mais que dormindo, e tinha necessidade de compartilhar seus sonhos. Muitas vezes ligava as 4 hs da manhã para debater um novo projeto ou fazer alguma cobrança. “Tá acordado? Agora to”, respondia. Cada um de sua equipe tem uma história para contar sobre suas reflexões matutinas.

Este ano Dante estaria completando 62 anos, no dia 6 de fevereiro. Hoje, 6 de julho de 2014, são 8 anos sem sua presença física. Mas podem ter certeza: Dante vive. Ele continua vivo nos corações e mentes de várias gerações. Vivo através de seu legado de valores, idéias e ideais. Com certeza a história irá reservar a ele as melhores páginas.


Convivi e trabalhei com Dante os últimos 13 anos de sua vida, de 1993 a 2006. Foi uma amizade intensa, como se nos conhecêssemos a vida inteira. Ele representou minha iniciação na vida pública, me integrou a sua equipe e me ensinou tudo que sei sobre política e gestão pública. Conviver com ele foi um privilégio e um grande aprendizado.


Dante era um estadista, um sonhador que transformou sonhos em realidade, através dos mandatos que o povo lhe confiou, nos seus mais de 30 anos de vida pública.

Ele faz muita falta na política brasileira, mato-grossense e cuiabana. Todos perdemos com sua morte prematura.


Ele gostava de lembrar da sua avó Chiquinha, que viveu mais de 100 anos. “Lá em casa nós vivemos muito”, dizia. Era tanta vitalidade, tanta motivação e energia, que só mesmo a morte poderia interromper sua trajetória humanitária. Eu tinha certeza que iríamos continuar próximos e amigos por muitos e muitos anos. Até hoje, sinto sua presença inspirando nossas decisões políticas.


Acredito que ele teria conquistado o mandato de deputado federal, no ano da sua morte, o de senador ou governador, na eleicão de 2010, e continuaria disputando muitas outras eleições.


Apaixonado por política, idealista e visionário, acreditava que poderia mudar e transformar nossa realidade, através de bons projetos e bons políticos. Respirava política 24 horas por dia , 7 dias por semana e 365 dias por ano.


Era capaz de mediar conflitos e superar questões pessoais em prol de objetivos maiores. Nos ensinou que, em política, não podemos priorizar nossos projetos pessoais, e não há espaço para mágoas quando o interesse público está em jogo. Muitas vezes enfrentava resistência interna para fazer alianças com adversários políticos, quando entendia que era o melhor caminho para cumprir sua missão. Como um de seus seguidores, aprendi a não desistir dos nossos ideais, e acreditar que sempre podemos mudar e fazer melhor.


Dante vive sim. Vive no nosso coração, como o mestre que inspira a mente de seus discípulos, com ideais de liberdade, democracia e igualdade. Acredito que hoje a melhor maneira de homenagearmos Dante de Oliveira é honrarmos seus princípios e fazermos a diferença na política.


*Carlos Avallone Jr. é suplente de deputado estadual e presidente do Diretório Municipal do PSDB.

 



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