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Domingo - 08 de Julho de 2018 às 19:51

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

Especulações e notícias plantadas movimentam o cenário político-eleitoral. Não apenas. Mas elas, sobretudo. Pois há quem ganha. Também existem os perdedores. Estes, contudo, são logo esquecidos ou, na verdade, deixam-se levar pela onda que se propagou ser de vitória. Tentam-na massificá-la, popularizá-la, e, com as redes sociais, este processo é bem mais rápido. Por vezes, conseguem. Quando não conseguem, partem para outra tática. Táticas que podem ser aplicadas concomitantes, ou logo na sequência. Sempre com vistas a favorecer um grupo em detrimento de outros. Isto é óbvio. Claro. Os outros grupos igualmente reagem. E, quase sempre, com estratégicas bastante semelhantes. Até porque no jogo político-eleitoral inexistem bobos e ingênuos, muito embora se comentem equívocos. Um atrás do outro. Erros primários, na maioria das vezes. Crassos na disputa, cujas somatórias contribuem para a derrota. Derrota construída bem antes da campanha propriamente dita, tal como a divisão da situação em duas candidaturas ao governo do Estado de Mato Grosso, em 2014.

Situação bastante diferente do agora. Mesmo que muitos governistas, hoje filiados ao DEM, por exemplo, tenham se colocados em lado distinto ao do governador Pedro Taques. Eles, na verdade, não são da oposição, mas se tornaram do contra. Ser do contra e ser de oposição são frases distintas, nada tem a ver uma com a outra. Portanto, não se deve nunca misturá-las como se fossem uma coisa só. Enganam-se os que pensam ao contrário. Exceto claro, os que querem fazer com que a população acredite que as ditas frases são gêmeas siamesas. Valem-se da retórica, do jogo de palavras. Nunca, infelizmente, das realidades vividas ou dos fatos. Ainda que venham a citar números, dados conhecidos, a exemplo do valor dos incentivos fiscais, dando a entender que ocorreu aumento do montante neste governo. Escondem que o tal valor fora aprovado pela Assembleia Legislativa, além de escamotearem uma condição bastante relevante, a de que o dito montante não ultrapassa a 1,3% do PIB do Estado, e, portanto, está dentro da média dos Estados.

Detalhe, contudo, não reforçado pelo governo tucano. Sequer, levado para o embate. Erro grosseiro governista. Erro que se soma a falta de atenção aos acontecimentos. Acontecimentos que são distorcidos pelas falas de quem são do contra. Chegam a comparar a gestão Silval Barbosa com a do tucano, e o fazem concluindo que o peemedebista se comportou melhor à frente das coisas públicas, chegando a ter melhor desempenho, uma vez que não se tinha à época atrasos nos repasses aos poderes, nem ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. Afirmação não questionada, tampouco colocada em discussão pelos governistas. Demonstram-se perdidos. Tanto que não se perceberam do debate em plenário dos conselheiros com relação às contas do governo, correspondentes a 2017. Especialmente de um trecho do voto do substituto em exercício Luiz Henrique, que disse com clareza: "é ser tolo ou ingênuo" fazer essa comparação.

Sua avaliação foi perfeita, sobretudo quando reafirmou que a primeira gestão não atravessou a crise enfrentada pela atual. Foi o bastante. Não, contudo, utilizada pelos situacionistas. Situacionistas que se contentam a assistir os ataques, enquanto os que estão na condição do contra a entrarem com representações, as quais, sem fundamentos, são indeferidas pela Justiça Eleitoral. Disputas que se repetirão as passadas, sem discussão de projeto e de ideias. É isto.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço aos domingos. E-mail: lou.alves@uol.com.br.



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