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Quarta - 25 de Junho de 2014 às 01:12
Por: Lourembergue Alves

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Presencia-se a consolidação de alianças político-partidárias. Fase decisiva, antes da campanha propriamente dita. Alguns pontos já se têm como certos, além da definição dos candidatos a governador das chapas de oposição, enquanto pelo lado da situação reina a indecisão neste quesito. Diferentemente do que pensam os governistas quanto à candidatura ao Senado, que optaram pelo Wellington Fagundes; ao passo que o grupo originalmente denominado “Mato Grosso Muito Mais”, vai de Jayme Campos; as chamadas siglas nanicas, de Juca do Guaraná; seguido do nome do PSOL e, de acordo com as especulações de bastidores, o PTB pode inscrever a Serys Marly. Portanto, nesta eleição, o eleitorado poderá escolher um de quatro ou cinco nomes. A disputa, no entanto, será polarizada entre as duas primeiras candidaturas.

Disputa que será bastante acirrada. Bem mais, certamente, que a briga pelo governo do Estado, cujo favorito, de acordo com as pesquisas, é mesmo o Pedro Taques, até por conta da desorganização e da ausência de alguém com capacidade de diálogo e de negociação dentro da base aliada. Daí a projeção maior ao “duelo” entre o senador democrata e o deputado republicano, cujos domicílios eleitorais são distintos, e, por esta razão, cada um deles deve dobrar a vigilância na sua própria base, sem perder de vista a programação de investida na do adversário, somada a estratégia de campanha que deverá ser realizada nas demais regiões do Estado. Nestas, em tese, tem maiores chances o nome que conta com o mais forte candidato ao governo, uma vez que, historicamente, é este que puxa votos para aquele, e não o contrário.

Explica-se, então, a briga preliminar tanto do republicano quanto do democrata para fazer parte da chapa encabeçada pelo Pedro Taques (PDT). Uma briga que resultou em feridas, até agora não sicratizadas, no DEM e no PSB, uma vez que este último defendia o ingresso do PR na dita aliança, porém foi rechaçado pelos democratas, acompanhados por tucanos e alguns integrantes do PDT e do PPS. E elas, as feridas, podem levar vários socialistas a pedir votos para o republicano, a menos que uma das vagas de suplência do Jayme Campos seja preenchida, por exemplo, pela Luciane Bezerra (PSB).

O pedido de voto para o candidato de outra chapa não é um fato novo na política mato-grossense. Já ocorreu o tal pedido em outros momentos – distantes e bastante próximos do presente. Em 1950, aliás, o Silvio Curvo (UDN) foi eleito também com os votos de militantes peessedistas e de eleitores que sempre votavam em candidatos do PSD; e, em 2010, o Carlos Abicalil (PT) não contou com a ajuda de dezenas de petistas, somados a muitos outros que pediram votos e votaram no Pedro Taques (PDT). Esses muitos outros, na verdade, eram integrantes de outras siglas, pertencentes à própria aliança do Abicalil (Mato Grosso em Primeiro Lugar), que era a mesma do Silval Barbosa e a do Blairo Maggi.

A disputa, portanto, pela única vaga de senador poderá provocar um novo processo de rearranjo no tablado da política estadual, movido – claro – por interesses e desentendimentos pessoais.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-amil: Lou.alves@uol.com.br



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