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Quinta - 05 de Maio de 2016 às 23:50
Por: José Medeiros

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JOSÉ MEDEIROS é professor, policial rodoviário e senador da República pelo PPS de Mato Grosso.
JOSÉ MEDEIROS é professor, policial rodoviário e senador da República pelo PPS de Mato Grosso.
A comissão especial que analisa, preliminarmente, a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no Senado Federal, da qual sou membro titular, já se encaminha para sua conclusão.

Entre outras coisas, os debates por parte do grupo contrário ao processo de impeachment foram marcados pela insensatez, deselegância, falta de civilidade e, principalmente, mentiras. Um vexame que, lamentavelmente, manchará a biografia desses senadores e senadoras.

O argumento mais infeliz apresentado por eles é o do “golpe”. Uma cantilena repetida milhões de vezes. Papo de quem não tem o que argumentar.

O Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional se coadunam: o processo de impeachment é legítimo, está previsto na Constituição de 1988 e, além disso, ficou configurado e tipificado o crime de responsabilidade praticado por Dilma nas chamadas pedaladas fiscais e na edição de decretos de suplementação sem prévia autorização legislativa.

Essa é a verdade que fará com que a presidente seja afastada do cargo por até 180 dias, nesse primeiro momento.

Dilma afastada, assume a República o vice-presidente Michel Temer. Sobre a figura do vice eles também miram suas metralhadoras para tentar desqualificá-lo. Se ele quer a Presidência da República, que concorra às eleições e que tenha votos, dizem os petistas.

É preciso lembrar que Michel Temer é do partido que ajudou Dilma a se eleger e a se reeleger. É vice-presidente reeleito. Aliás, se não fosse a “ajuda” do maior partido do Brasil, dificilmente esse grupo teria êxito nessas duas eleições.

Agora eles dizem: Michel é golpista, não tem votos. Ora, muitos desses 54 milhões de votos que elegeram Dilma foram exclusivamente por que o PMDB fazia composição na chapa vencedora.

Quem votou em Dilma, em 2010 e 2014 viu também a foto de Michel Temer aparecer na urna. Mas eles teimam querer esquecer esse fato. Tentam, sem êxito.

Michel Temer tem legitimidade garantida pela Constituição Federal e, sobretudo, pelos 54 milhões de brasileiros que votaram nele para ser o vice-presidente da República.

Portanto, estamos diante de argumentos insustentáveis. Nada, absolutamente nada, do que o governo, a própria presidente, o ex-presidente Lula, a sua base de sustentação e os correligionários dizem ou fazem, guarda relação com a sensatez.

É o desespero diante da queda iminente. O desespero é tanto que Dilma e sua quadrilha tentam desqualificar tudo e todos.

Para se ter uma ideia, Dilma promete não fazer a transição para a futura administração. Se isso acontecer, o que é muito provável que aconteça, estaremos diante de uma grande ideia de jerico, de um claro senso de irresponsabilidade e de verdadeira ausência de espírito público.

Demonstração ao povo brasileiro de duas das maiores marcas da presidente Dilma e que são muito bem conhecidas em Brasília: o autoritarismo e a arrogância.

Mas, não é só. O pior de tudo é a canalhice que começa a grassar entre eles. O Partido dos Trabalhadores começa, sorrateiramente, a deixar a presidente de lado. Eles agora querem fritar Dilma.

Exemplo disso são a série de cinco inserções de trinta segundos que estão veiculando na TV, em Brasília, em que a presidente sequer aparece e Lula é exaltado. Os vídeos do PT do Distrito Federal valem por uma aula de sociologia política.

Demonstram de forma concreta como a legenda se posicionará daqui para a frente. A ordem agora é defender Lula e o partido. Acontece o verdadeiro “tchau, querida!”.

O que o PT faz com Dilma lembra o que o líder soviético Josef Stalin fazia com seus desafetos. Quem caía em desgraça na antiga URSS era meticulosamente apagado de fotos oficiais.

A história dos expurgos fotográficos de Stalin está belamente registrada no livro “The Commissar Vanishes” (“O comissário desaparece”). Vale conferir.

Dilma já caiu em desgraça. Mas, ao contrário do que o PT já começou a fazer, essa é uma história que não devemos apagar. São erros que não podemos repetir.

E essa limpeza democrática que se inicia, parafraseando Paulo Leminski, não irá “resolver nossos problemas por decreto”, pois “os problemas têm família grande”.

Ademais, vamos dar o primeiro passo para acabar com essa linhagem problemática que se veste de vermelho e passeia aos domingos.

Vamos impedir essa matriarca, futura ex-presidente do Brasil, de continuar implodindo nossa República.

JOSÉ MEDEIROS é professor, policial rodoviário e senador da República pelo PPS de Mato Grosso.


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