WILSON FUÁ
Em busca do espetáculo
A rotina é uma prisão sem grades, quando não se sabe gerenciar a liberdade do pensar, vive-se sob a força do pensamento negativo e por isso a incerteza passa a dominar as ações.
A grande sacada mental é valorizar o que temos e não o que está faltando. As pessoas estão vivendo de felicidades artificiais e são dominadas pelas rotinas consumistas, que na verdade são conquistas passageiras, só para transparecer o poder efêmero da grife que se usa.
Viver é saber administrar os contrastes que são colocados em nossas vidas, saber ouvir o que a palavra não diz e ver o que a imagem por si só não revela, pois antes de querer que as pessoas sejam escravas dos seus desejos, é necessário que as entendam com as suas vontades e seus desejos, convivendo com o mundo dos desiguais.
Todos nós somos diferentes e por isso devemos aceitar o que falta ou sobra, pois pode completar a outra parte daquele que chamamos de par, significa saber ver os frutos mesmo antes que as sementes sejam plantadas, fazendo com que as pessoas que nos rodeiam, sintam sempre com se tivesse vivendo uma aventura estimulante.
Não aceitar as pessoas só porque estão próximas de receber algum merecimento ou ainda está abaixo da expectativa do nosso entendimento, ficar com um pé atrás, é não saber perdoar ou saber aceitar, talvez da pura exigência da perfeição.
Saber relacionar é viver cada minuto com muita intensidade, que é a melhor maneira de não deixar com que o tédio, a rotina, a angústia existencial e a mesmice tomem conta das nossas vidas, sabendo filtrar os estímulos estressantes e fugir de tudo aquilo que pode ser transformado em focos de tensão.
Nunca devemos desistir dos relacionamentos por antecipação, relacionar-se afetuosamente, é fazer concessões é permitir que as pessoas tenham o direito de errar, são ações que as levam a agir com lucidez e dignidade, pois até nos pequenos eventos também existem a beleza do simples, ou pelo contrário, pela exigência da grandiosidade em tudo, faz com que aumente cada vez mais o número de solitários viajantes em busca do espetaculoso, pois estão viciados em desfazer do simples e por pura exigência buscam eternamente os caminhos inexistentes ou incertos.
Econ. Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
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