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O Fim da Situação
A filiação partidária é imprescindível para que alguém possa postular um dado cargo eletivo. Mas o filiar-se tão somente, contudo, não lhe garante candidatura alguma. O próprio Julier, aliás, deixou isso com muita clareza em recente coletiva, ainda que em meio a evasivas, as quais revelam que ele aprendeu rapidamente como funciona o jogo de palavras na política. E isso tem lá sua importância, até para fugir das questões embaraçosas, assim como também para esconder as próprias contradições, geradas do associar-se com quem no passado o via na condição de inimigo, e, agora, estão lado a lado – julgado e julgador. É, nesse instante, que o ex-juiz revela os pontos-chaves do seu discurso como candidato ao governo do Estado, mesmo que não venha a ser, e que acabam sendo norteadores do discurso da própria base governista.
São três os referidos pontos-chaves. (1º.) O de não pregar a bandeira da ética e moralidade, uma vez que estas “são princípios inerentes que qualquer cidadão deva ter”. E isso “não é bandeira ou política e sim essência de qualquer pessoa”. (2º.) É ter um lado, e este não poderia ser outro senão o estar “junto da presidente Dilma e do governador Silval Barbosa”. Pois o estar “em oposição ao governo federal, quem mais perde é a população”. (3º.) Ser “contrário à interrupção de um mandato para disputar uma nova eleição”.
Percebe-se, portanto, que esses pontos-chaves batem de frente com a pregação e a maneira de agir do Pedro Taques. Longe de ser coincidência. Mas proposital, pois a intenção da situação é a desconstrução do discurso do pedetista. Tarefa nada fácil. Bem mais quando se sabe que o representante do “Mato Grosso Muito Mais” passou a ser visto e tido como oposição aqui no Estado. Esta é a sua imagem, e é com ela que ele vem conquistando dividendos eleitorais significativos. Assim, tanto na tribuna do Senado quanto na mídia regional, sempre coerentemente, faz duras críticas aos governos Silval Barbosa e Dilma Rousseff.
Entende-se, então, o porquê o Julier diz que o ficar contra o governo federal é deixar o Estado e a população em situação desfavorável. Tenta, com isso, construir para si, e para ala situacionista, uma determinada imagem, ao mesmo tempo em que procura colar no maior adversário político uma imagem negativa, com aspectos indesejados pela sociedade. Afinal, é bom dizer, que o próprio eleitorado constrói imagem dos candidatos e vota de acordo com tais construções.
Mas, cabe lembrar, ainda é bastante cedo para perceber-se que tal tática situacionista irá funcionar. Pode até funcionar, uma vez que em política, jamais se dirá que a estratégia “A” ou a “B” não dará certo. Porém, não trata de tarefa fácil a desconstrução de uma imagem que já aparece consolidada no imaginário do eleitor regional, a ponto de permitir ao pedetista dividendo eleitoral significativo, graças até a desorganização e ausência de traquejo político dos governistas.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
São três os referidos pontos-chaves. (1º.) O de não pregar a bandeira da ética e moralidade, uma vez que estas “são princípios inerentes que qualquer cidadão deva ter”. E isso “não é bandeira ou política e sim essência de qualquer pessoa”. (2º.) É ter um lado, e este não poderia ser outro senão o estar “junto da presidente Dilma e do governador Silval Barbosa”. Pois o estar “em oposição ao governo federal, quem mais perde é a população”. (3º.) Ser “contrário à interrupção de um mandato para disputar uma nova eleição”.
Percebe-se, portanto, que esses pontos-chaves batem de frente com a pregação e a maneira de agir do Pedro Taques. Longe de ser coincidência. Mas proposital, pois a intenção da situação é a desconstrução do discurso do pedetista. Tarefa nada fácil. Bem mais quando se sabe que o representante do “Mato Grosso Muito Mais” passou a ser visto e tido como oposição aqui no Estado. Esta é a sua imagem, e é com ela que ele vem conquistando dividendos eleitorais significativos. Assim, tanto na tribuna do Senado quanto na mídia regional, sempre coerentemente, faz duras críticas aos governos Silval Barbosa e Dilma Rousseff.
Entende-se, então, o porquê o Julier diz que o ficar contra o governo federal é deixar o Estado e a população em situação desfavorável. Tenta, com isso, construir para si, e para ala situacionista, uma determinada imagem, ao mesmo tempo em que procura colar no maior adversário político uma imagem negativa, com aspectos indesejados pela sociedade. Afinal, é bom dizer, que o próprio eleitorado constrói imagem dos candidatos e vota de acordo com tais construções.
Mas, cabe lembrar, ainda é bastante cedo para perceber-se que tal tática situacionista irá funcionar. Pode até funcionar, uma vez que em política, jamais se dirá que a estratégia “A” ou a “B” não dará certo. Porém, não trata de tarefa fácil a desconstrução de uma imagem que já aparece consolidada no imaginário do eleitor regional, a ponto de permitir ao pedetista dividendo eleitoral significativo, graças até a desorganização e ausência de traquejo político dos governistas.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
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