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A Não Visão do Xadrez
Em uma disputa eleitoral, como a um jogo de xadrez, os candidatos se valem de estratégias, bem ou mal elaboradas, tanto para cooptar parceiros como para seduzir eleitores. Mas, também, eles se utilizam da dissimulação e do blefe, próprios do jogo de cartas, onde um ou outro finge mostrar-se alheio a uma determinada jogada ou, na situação adversa, interessado nela, com o fim de iludir os adversários. Entende-se, agora, a recusa de um e a vontade de vários em concorrerem ao governo mato-grossense. Isto, por si só, alimenta especulações em torno de possíveis “novas” candidaturas e alianças.
A situação especulativa, natural da fase vivida, escamoteia algumas das peças do tablado da disputa, cuidadosamente formadas em encontros distantes dos olhares populares, porém não impossíveis de ser imaginadas por parte dos estudiosos da política e do próprio jogo. Até mesmo em razão de suas experiências reflexivas, as quais têm como ponto de partida às páginas da história político-eleitoral regional.
Nas ditas páginas, e em especial as que tratam das últimas três eleições para governador, grupos se alinharam e outros, claro, se desfizeram. Tanto que tiveram candidaturas sem coligação alguma, a exemplo do PSDB, em 2006. Quatro anos antes, o candidato do PGT foi obrigado a sair sozinho, assim como os do PSC, do PSDC, do PRP e do PHS, em 2006. O PHS, aliás, já indicou – ainda não oficializado - o seu nome para a sucessão do peemedebista. Muito em breve, o PSOL deve fazer o mesmo, e, ao contrário de 2006 quando se juntou ao PSTU, neste ano, deve concorrer sem qualquer parceria, tal como saiu em 2010. Decisão interna do partido, o que lhe dificultará sobremaneira a própria caminhada.
Agremiação alguma chega sozinha à chefia do Executivo. As coligações, portanto, passam a ser impositivas, mas igualmente necessárias, uma vez que aumenta o tempo de rádio e de TV, além do palanque. Foi este um dos fatores importantes na vitória do Blairo Maggi em 2002. Tão relevante que, mesmo contando com as máquinas do Estado e partidária, o governador aumentou de nove para treze os partidos coligados quando saiu para a reeleição (2006). Dois a mais que o Silval Barbosa, em 2010.
Atualmente, novamente se tem uma longa discussão sobre possíveis candidaturas, e, atrelados a estas, as alianças. O Pedro Taques trabalha pela manutenção do “MT Muito Mais”, ampliado de duas ou três siglas; enquanto dois pretendentes – indicados por partidos nanicos – ensaiam sair sozinhos; diferentemente de cada um dos postulantes da situação, que defende a manutenção de todos os partidos no bloco de sustentação. São nove, cuja união esbarra no interesse particular de suas lideranças, as quais - demonstrando falta de tato nas negociações e nas articulações – advogam cinco postulantes, e destes, nenhum tem a visibilidade necessária para a disputa, ainda que venha, e certamente utilizar-se-á das máquinas durante a campanha. Falta-lhes, então, a visão necessária de todo o tablado de xadrez.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
A situação especulativa, natural da fase vivida, escamoteia algumas das peças do tablado da disputa, cuidadosamente formadas em encontros distantes dos olhares populares, porém não impossíveis de ser imaginadas por parte dos estudiosos da política e do próprio jogo. Até mesmo em razão de suas experiências reflexivas, as quais têm como ponto de partida às páginas da história político-eleitoral regional.
Nas ditas páginas, e em especial as que tratam das últimas três eleições para governador, grupos se alinharam e outros, claro, se desfizeram. Tanto que tiveram candidaturas sem coligação alguma, a exemplo do PSDB, em 2006. Quatro anos antes, o candidato do PGT foi obrigado a sair sozinho, assim como os do PSC, do PSDC, do PRP e do PHS, em 2006. O PHS, aliás, já indicou – ainda não oficializado - o seu nome para a sucessão do peemedebista. Muito em breve, o PSOL deve fazer o mesmo, e, ao contrário de 2006 quando se juntou ao PSTU, neste ano, deve concorrer sem qualquer parceria, tal como saiu em 2010. Decisão interna do partido, o que lhe dificultará sobremaneira a própria caminhada.
Agremiação alguma chega sozinha à chefia do Executivo. As coligações, portanto, passam a ser impositivas, mas igualmente necessárias, uma vez que aumenta o tempo de rádio e de TV, além do palanque. Foi este um dos fatores importantes na vitória do Blairo Maggi em 2002. Tão relevante que, mesmo contando com as máquinas do Estado e partidária, o governador aumentou de nove para treze os partidos coligados quando saiu para a reeleição (2006). Dois a mais que o Silval Barbosa, em 2010.
Atualmente, novamente se tem uma longa discussão sobre possíveis candidaturas, e, atrelados a estas, as alianças. O Pedro Taques trabalha pela manutenção do “MT Muito Mais”, ampliado de duas ou três siglas; enquanto dois pretendentes – indicados por partidos nanicos – ensaiam sair sozinhos; diferentemente de cada um dos postulantes da situação, que defende a manutenção de todos os partidos no bloco de sustentação. São nove, cuja união esbarra no interesse particular de suas lideranças, as quais - demonstrando falta de tato nas negociações e nas articulações – advogam cinco postulantes, e destes, nenhum tem a visibilidade necessária para a disputa, ainda que venha, e certamente utilizar-se-á das máquinas durante a campanha. Falta-lhes, então, a visão necessária de todo o tablado de xadrez.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
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