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Geral
Quinta - 13 de Junho de 2013 às 20:41
Por: Alexandre Garcia

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Alexandre Garcia é jornalista em Brasília
Alexandre Garcia é jornalista em Brasília
A agência que faz a classificação mundial de risco acaba de aumentar um grau para os Estados Unidos, que se recuperam, e avisa o Brasil de que pode ser rebaixado. Em tudo - PIB, competição, impostos, nosso país está sendo o último dos brics, embora represente a primeira letra do acrônimo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e South Africa. Temos um potencial formidável mas também temos uma vocação permanente para a auto-mutilação, quase um canibalismo. Não é para menos que nos matamos à razão de 150 homicídios por dia - mais do que a guerra civil na Síria.

Já provamos a nós mesmos que podemos. Em torno de 1970 crescemos, por três anos consecutivos, a uma 
media
 anual superior a 11% ao ano; o presidente era aplaudido ao entrar no Maracanã - que, segundo Nélson Rodrigues, vaia até minuto de silêncio. Agora perdemos o entusiasmo, que nos movia há 40 anos. O estado, embora inchado, não consegue prestar serviços públicos mais que medíocres. Gasta muito, investe pouco, e temos que trabalhar o equivalente a quase cinco meses por ano para pagar impostos, taxas e contribuições. Escolas e hospitais públicos estão em estado precário, mas os estádios - o circo - têm preferência.

A fama de gerenciadora da presidente não está passando no teste. A inflação torna nossos preços entre os mais altos do mundo, os juros terão que subir para contê-la, o consumismo estimulado pelo governo anterior já esgotou o que tinha que comprar e se acumulam dívidas pessoais e familiares, a indústria encolheu, o comércio passou a vender menos e quem sustenta o PIB e as contas externas, o campo, ainda sofre com a ação do MST e da Funai. A Presidente tem dificuldade em se relacionar com as lideranças políticas e com seu próprio governo. E a moeda se desvaloriza no bolso das pessoas e na poupança. O investimento se restringe.

A saída seria um arrocho nas contas públicas, mas ele não será feito porque há eleição presidencial no ano que vem. Buscar outro candidato no partido que governa o país seria convidar o PT a entrar numa disputa interna entre suas várias correntes. E as pesquisas mostram que a aprovação do governo vem encolhendo. Sorte do PT é que a oposição é fraquinha e não tem o mesmo apelo popular da fórmula Lula. Dá uma pena danada ver o Brasil tão grande apequenar-se tanto. Talvez como nunca antes na história deste país. Se formos retirados do Brics, ficam apenas os Rics.

Alexandre Garcia é jornalista em Brasília 


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