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Deve-se Mudar a Sociedade
Ouve-se, diariamente, que “os políticos precisam mudar”. Afirmação que extrapola o limite de cada classe social, bem como o contorno limítrofe que separa os não escolarizados dos com instruções. Todos a dizem, porém pouquíssimos entre estes todos percebem o óbvio, ou seja, de que não são os políticos que devem mudar, mas sim a própria população. Pois o comportamento de parlamentares e de chefes do Executivo é, na verdade, reflexo da situação comportamental da sociedade. Além disso, inexiste, por parte dos grupos sociais, qualquer ato de desaprovação para quem desvia o dinheiro público e/ou usa do cargo para usufruto pessoal. Isso fica tão evidente quando se tem, por exemplo, dentro de uma loja, instituição ou fazendo parte do mesmo evento um político corrupto e um cidadão comum. Este último sempre será deixado de lado, enquanto aquele será tratado com mimos e paparicos. São a partir daqui que se devem traçar planos para a formação política do brasileiro.
Formação que passa pela educação escolarizada. Mas não apenas por ela, uma vez que a família e a Igreja também têm lá suas responsabilidades. A primeira, por ser a menor e não menos importante unidade política, e, até em razão disso, pode ajudar no ingresso dos rebentos as coisas e os negócios públicos; ao passo que a segunda tem o papel de reforçar e complementar o trabalho iniciado na família, pois naquela nada há de apolítico. Afinal, Jesus, Maomé, Sirdata Gautama, Buda, etc. igualmente se manifestaram politicamente. Suas ações, ainda que religiosas, marcam uma posição no mundo. Posição respeitada. E não se está, aqui, a referir ao uso do púlpito para pedir voto a um dado partido, coligação ou a alguém – religioso ou não. Este uso frequente, ilegítimo e imoral, poderia transformar em temática de longas reflexões, com o fim de expurgar os vícios já enraizados no interior dos templos, e, assim, evitar que pessoas façam da Casa do Senhor trampolim para cargos eletivos – muitas vezes pessoas que estão distantes de exemplos de cidadãos.
Cidadania não vem como presente em uma badeja, nem como dádiva, muito menos em forma de benesses governamental. Até porque não se ganha àquilo que depende unicamente da conquista pessoal e de grupo. Conquista que passa por toda uma preparação, instrução e aprendizado. Processo que inclui os erros, desacertos e os desencontros. Próprios, aliás, da formação política, que depende de um conjunto de instituições, a exemplos da família e da Igreja.
As entidades, tais como associações de bairros e entidades de categoria profissional e patronal, não podem ficar de fora, nem devem ser descartadas. Pois a atitude sectária é inimiga primeira do Estado de direito, assim como também o é o efeito de segregar. Este e aquele, somado a submissão condenável e falta de punição, ainda que social, atrapalham a vida em democracia.
Isso realça a necessidade de se instruir politicamente, e com urgência. Acontece, porém, que a escola – há muito – deixou de cumprir o seu real papel (tema do artigo anterior), e a Igreja, infelizmente, se fechou em si mesma, a exemplo do que fazem outras instituições – não religiosas – com “uma redoma de vidro” – para utilizar uma frase do cotidiano dos anos 1970. Este parece ser o caso da Maçonaria. Uma instituição que muito contribuiu com a história política e social, mas agora – estranhamente - navega quase sem rumo, tocada pelas “ondas do não estar nem aí”. Entende-se, então, o porquê ela evita punir alguns pouquíssimos de seus membros que têm feito do erário abastecedor de contas bancárias particulares.
Esta situação reforça o que se disse no início deste texto: é a população que deve ser mudada, e, a partir daí, transformar os políticos.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Formação que passa pela educação escolarizada. Mas não apenas por ela, uma vez que a família e a Igreja também têm lá suas responsabilidades. A primeira, por ser a menor e não menos importante unidade política, e, até em razão disso, pode ajudar no ingresso dos rebentos as coisas e os negócios públicos; ao passo que a segunda tem o papel de reforçar e complementar o trabalho iniciado na família, pois naquela nada há de apolítico. Afinal, Jesus, Maomé, Sirdata Gautama, Buda, etc. igualmente se manifestaram politicamente. Suas ações, ainda que religiosas, marcam uma posição no mundo. Posição respeitada. E não se está, aqui, a referir ao uso do púlpito para pedir voto a um dado partido, coligação ou a alguém – religioso ou não. Este uso frequente, ilegítimo e imoral, poderia transformar em temática de longas reflexões, com o fim de expurgar os vícios já enraizados no interior dos templos, e, assim, evitar que pessoas façam da Casa do Senhor trampolim para cargos eletivos – muitas vezes pessoas que estão distantes de exemplos de cidadãos.
Cidadania não vem como presente em uma badeja, nem como dádiva, muito menos em forma de benesses governamental. Até porque não se ganha àquilo que depende unicamente da conquista pessoal e de grupo. Conquista que passa por toda uma preparação, instrução e aprendizado. Processo que inclui os erros, desacertos e os desencontros. Próprios, aliás, da formação política, que depende de um conjunto de instituições, a exemplos da família e da Igreja.
As entidades, tais como associações de bairros e entidades de categoria profissional e patronal, não podem ficar de fora, nem devem ser descartadas. Pois a atitude sectária é inimiga primeira do Estado de direito, assim como também o é o efeito de segregar. Este e aquele, somado a submissão condenável e falta de punição, ainda que social, atrapalham a vida em democracia.
Isso realça a necessidade de se instruir politicamente, e com urgência. Acontece, porém, que a escola – há muito – deixou de cumprir o seu real papel (tema do artigo anterior), e a Igreja, infelizmente, se fechou em si mesma, a exemplo do que fazem outras instituições – não religiosas – com “uma redoma de vidro” – para utilizar uma frase do cotidiano dos anos 1970. Este parece ser o caso da Maçonaria. Uma instituição que muito contribuiu com a história política e social, mas agora – estranhamente - navega quase sem rumo, tocada pelas “ondas do não estar nem aí”. Entende-se, então, o porquê ela evita punir alguns pouquíssimos de seus membros que têm feito do erário abastecedor de contas bancárias particulares.
Esta situação reforça o que se disse no início deste texto: é a população que deve ser mudada, e, a partir daí, transformar os políticos.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
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