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Domingo - 17 de Março de 2013 às 19:42
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

Dias destes, em depoimento a um site local, o senador-democrata disse que falta planejamento no governo Silval Barbosa. Antes dele, o presidente da Assembléia Legislativo já havia dito o mesmo, e agora, bem recentemente, um deputado rondonopolitano repetiu à dita denuncia. Jota Barreto, José Riva e Jayme Campos – cada um deles a sua maneira e por razões distintas – estão corretíssimos em seus julgamentos. Embora os faça “movidos pelo oportunismo”, porém sem quaisquer argumentações ou exemplos a respeito, até por lhes faltarem as leituras devidas. Isso, contudo, não quer dizer que faltam com a verdade. Basta, então, que se dê uma olhada no andamento das obras em Cuiabá, com vistas a Copa de 2014.

Sobre elas, inexiste dúvida alguma de suas importâncias. Bem mais quando se percebe que irão mudar a estampa fotográfica da Capital. “Estão a mudar”, diria o transeunte, meio atrapalhado pelos transtornos do trânsito; enquanto outro, mais adiante, otimista extremado e com um jeito quase professoral, observa: “mesmo que o governo realize tão somente 20% delas, já representam um ganho fenomenal, pois, há muito, não se tem relevantes realizações, e, possivelmente, nem nos próximos cinquenta anos, se não fossem os jogos do campeonato mundial de futebol”.

Tal crença, entretanto, está longe de deixar sem saída os que reclamam do atraso delas. Atraso, aliás, confirmado pelo próprio TCE/MT, e também a mídia nacional, a qual recebe informações de comitês fiscalizadores. Estes parecem não ter motivos para “plantarem notícias contra a cidade”, como “tenta fazer crer” um ou outro agente do governo, que volta a se comprometer com a entrega no prazo das trincheiras, pontes, viadutos e trilhos do VLT.

Os atrasos, porém, são evidentes. Frutos da ausência de planejamento. E olhe que o governo teve tempo suficiente para contrair empréstimos, esquematizar e viabilizar cada uma das obras. Pois desde o dia 30 de maio de 2009 já se sabia da escolha de Cuiabá como uma das sedes dos jogos. Perdeu-se um tempão com a organização da Agecopa, e esta levou a gastos desnecessários, que se somaram a outros, igualmente sem precisão algum, e que se estenderam com a Secopa. Nada, porém, foi destinado ao planejar, no seu sentido real e prático. Razão pela qual se vê várias obras iniciadas no mesmo instante, nenhuma delas, porém, terminada. Nem deveria, uma vez que elas começaram tardiamente, e, ainda assim, sem uma programação a ser desenvolvido em três ou quatro turnos de trabalhos. Isso não passa despercebido da população, que também já identificou a paralisação dos serviços nos finais de semana. Justamente quando se poderiam adiantar, até pela diminuição do número de carros, por exemplo, na Avenida “Fernando Corrêa da Costa.

Situação que agravada com a desistência de empresas do consórcio. O que provoca transtornos, a despeito do discurso governamental de que “tudo está sob controle”, quando, na realidade, o governo caminha quase sem rumos, e, até por isso, vê obrigado, ocasionalmente, a mostrar-se seguro, “senhor das realizações”, com anúncio de indenizações de proprietários, cujas casas deverão ser demolidas.

Ingenuidade acreditar nisso. Ainda que se torça para que as coisas se apressem, e, então, a apreensão de hoje transforme em alegria em 2014.

Torcer, entretanto, jamais pode ser tomado por acreditar. Verbos inteiramente diferenciados de conceitos. Ainda que se queira pensar no contrário, mas o atraso das obras é por demais evidentes, a despeito de todo o discurso de que elas serão entregues nas datas previstas. Oxalá 20% delas!

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br



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