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Segunda - 11 de Fevereiro de 2013 às 20:00
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

Outro dia, em discurso, o presidente da Assembléia Legislativa não teve dúvidas: “governar não é apenas fazer obras”, mas é também contribuir para que “homens e mulheres” sejam “melhor preparados para obter uma vida digna”. Com isso, José Riva rechaça a opinião dos que têm o governador em alta conta, em especial a partir das construções de trincheiras, viadutos e dos trilhos do VLT, na grande Cuiabá.

Realizações que devem ajudar, bastante, Silval Barbosa na conquista do eleitorado cuiabano. Sobretudo quando se percebe que, há muito, a Capital não tinha tantas construções. O que a torna, de fato, em “um grande canteiro de obras”, diria o visitante, assim que passa por algumas áreas da cidade, particularmente na Perimetral e na “Avenida Fernando Corrêa da Costa”.

Automóveis, pedestres e operários se vêem espremidos por aquelas bandas. Quase a um processo de parigatos citadinos. Não muito diferente, no entanto, da situação dos que buscam outras vias, até como atalhos para terem a si próprios assegurados o direito de chegada, bem como o de retorno.

Quadro que deve complicar ainda mais nos próximos meses. Tão logo a Avenida do Prainha seja de toda ou parcialmente interditada. O que obrigará a novas improvisações de passagens. Bem mais porque não se teve planejamento algum, a despeito do tempo suficiente para a necessária reengenharia no trânsito, a qual – de todo modo – exigiria igualmente o esforço e a paciência do cidadão, que reclama dos transtornos atuais, porém não se deixa abalar por isso, uma vez que as obras são importantes para as mudanças na estampa arquitetônica e urbanística da cidade.

Tanto que pode, e, certamente, servirão de cartão postal, ou melhor, de carimbo no passaporte de Silval Barbosa para a disputa pela cadeira do Senado. Isso, contudo, pode não ser suficiente para a vitória. E, pensando bem, talvez não seja mesmo. Principalmente diante da ausência física de seus secretários pelo interior, conforme alertou o próprio Riva, quando foi reempossado na presidência do Parlamento regional.

Isso se complica bem mais quando se observa o crescente índice da violência, do descuido com a educação escolarizada e das deficiências da saúde pública, com os atrasos sequenciais nos repasses devidos aos municípios. O que deixa, e não é para menos, em dificuldades os prefeitos e um enorme contingente de pacientes, que carece de hospitais, pronto socorros e policlínicas.

Acrescenta a este contingente, os servidores que dependem do Instituto do MT Saúde. Tão desestruturado que uma CPI foi criada para apurar as irregularidades identificadas em sua administração, pelo Tribunal de Contas do Estado.

Quadro que conta ainda com denúncias de que o governo tem problemas de caixa. Suas despesas crescem a 18% ao ano, enquanto a sua grande fonte, o ICMS, não ultrapassa a faixa dos 6%.

Apesar disso, o peemedebista é o grande nome para a briga pela vaga do Senado. Inexiste, no momento, outro que lhe possa fazer frente. Nem mesmo dentro dos partidos aliados, tampouco na oposição. Pelo menos no momento. A não ser que em 2014, o retrato que se tem hoje seja bastante diferente. É esperar para ver.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.



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