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Terça - 07 de Agosto de 2012 às 11:12
Por: Lourembergue Alves

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A vitória eleitoral se dá nos detalhes, além de ser construída nos erros dos adversários. Tais erros, inclusive, fazem distanciar candidatos do eleitorado. Distanciamento e erros, felizmente, que não passam despercebidos das pesquisas, e estas os tornam públicos com a divulgação dos números coletados por seus próprios institutos, ou de quem as contratou. A queda nos índices percentuais de determinada candidatura, porém, não se explica com a ausência de desacertos de campanha. E isso complica a leitura do desenho político, por exemplo, em Várzea Grande. Sobretudo quando se verifica o crescimento na disputa pela representante democrata, enquanto o peemedebista perde terreno.

Isso fica bastante claro nos números recentemente divulgados. Pois a democrata aparece com 41%, contra os 24% do peemedebista.  Números muito diferentes dos anteriormente publicados. Inclusive da primeira pesquisa Ibope, realizada entre 1º. e 3 de junho, oportunidade em que Wallace Guimarães (PMDB) e Lucimar Campos (DEM) apareciam empatados tecnicamente. Ele com 31% e ela, 30%. A disputa, portanto, apresentava bastante acirrada. Esta afirmação, contudo, ainda não desapareceu. Não por completa. Mesmo agora com a democrata a distanciar sobremaneira de seu mais forte concorrente, o peemedebista, que continua longe do prefeito-candidato (10%).

Essa mudança no quadro dos índices percentuais, curiosamente, não resulta dos erros do candidato peemedebista, nem dos acertos da candidata democrata. Deveria ser, porém não é. Não é porque os desacertos de campanha cometidos pelo deputado-candidato não explicam sua queda de 31% para 24% no espaço curto de tempo, o qual também está bem longe de explicar o salto da democrata de 30% para 41%. Tal crescimento da representante democrata - se ocorreu, de fato - portanto, deve a outro fator, a exemplo do canalizar os descontentamentos e insatisfações populares contra a administração Murilo Domingos, cujo mandato está sendo completado pelo atual prefeito, antes vice-prefeito.

Entende-se, então, o porquê o candidato do PSD não consegue vencer a rampa da rejeição, nem se deslanchar na campanha. Os 10% aqui alcançados expressam suas dificuldades na disputa. Tais dificuldades se devem a ausência de diálogo entre a prefeitura e os munícipes. A dita ausência inibe o prefeito-candidato, e o transforma em refém da situação criada por um discurso inconsistente e incapaz de fazer a sociedade várzea-grandense a rever a atual gestão deslocada da passada.

Quadro que, por si só, beneficia a democrata. Esta, neste caso, não carece mostrar-se distante do grupo que se encontra no poder. Não carece porque parte do eleitorado demonstra estar “arrependida” do voto que digitou nas urnas de 2008, e, como o peemedebista mostra-se titubeante e pouco prático até aqui na campanha, ganha terreno a democrata.

Apesar disso, vale realçar, a eleição não está decidida. Pois ganha-se uma eleição nos detalhes, e estes ainda podem mexer com o cenário político-eleitoral do município, uma vez que restam cravados sessenta dias – tempo bastante para que se possa virar o jogo. Para tal é necessário estratégias até agora em falta na disputa.     

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.



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