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Domingo - 13 de Maio de 2012 às 21:00
Por: Lourembergue Alves

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São comuns as brigas internas dos partidos políticos. Tais brigas, no entanto, nada têm a ver com ideologias adotadas pelos diversos grupos que os compõem, ou juízos diferenciados de seus integrantes a respeito de um determinado assunto. Mas são por espaços e maior poder de mando. Daí o processo de “fritura” de uma dada figura política. Aliás, não é outro o que se vê, por exemplo, dentro do PSB/MT, e é a partir disso que se deve discutir a ausência de diálogo no seu interior.

Por mais se queira fazer vistas grossas, os fatos desnudam o cenário partidário, e os discursos – desencontrados de uns e de outros do partido – deixam às claras a existência de um ambiente de intrigas. Fruto de vaidades e de interesses particulares. Estes chegaram aos ouvidos da Direção Nacional da sigla, cujo papel inicial deve ser elogiado, pois se esquivara e não intercedeu a favor de ninguém; depois, no entanto, passou a “cortar” um dos envolvidos na contenda doméstica.

Iniciava-se, então, a fervilhar a gordura na frigideira. Até que ficou no ponto. Tanto que o deputado federal socialista não consta em nota da Executiva do PSB de Cuiabá (30/04/2012), sequer no parágrafo onde aparecem os nomes de todos os principais dirigentes do PDT, PV, PPS e PSB. Ausência que não pode ser justificada por “erro de digitação”, nem por engano do digitador. O presidente regional da agremiação socialista, na verdade, se via perdido em meio ao parigato partidário, instantes depois de ser descartado da condição de coordenador da bancada federal mato-grossense.

Revela-se, aqui, perda de espaço. Também fora do partido. Daí a mudança de tática. Valtenir Pereira, agora, “bate” no governador Silval Barbosa, a quem – no dizer dele – “se deixa dominar pelos partidos aliados”, ao mesmo tempo em que “patina muito em relação às obras da Copa”. Estas críticas, no entanto, não tiveram a repercussão esperada. Foram esquecidas no escaninho virtual de certo blog. Nem resgatadas foram pelos socialistas de última hora. Por mais que o deputado percorra o Estado, em uma caminhada transversal, com a Capital a servir-lhe de pouso de partida e de chegada, quando regressa ou de Cáceres, ou de Rondonópolis, ou de Barra de Garças. Pois, nem a deputada Luciane Bezerra lhe “dá ouvidos como devias” – segundo o autor de um e-mail que chegou a esta coluna -, tampouco Mauro Mendes o considera interlocutor privilegiado dentro do partido. Mesmo que o deputado-presidente “rasgue” elogios a figura do empresário-socialista, faz coro as denúncias deste ao prefeito cuiabano, e o tem como “representante da renovação”, ainda que não seja, e está muito longe de sê-lo um dia.

O PSB, então, vive um período de trégua. Aparente, é claro. Pois as rixas e o fazer cara feia de um para com o outro, e deste para com aquele são bastante frequentes. Isso porque o processo de fritura continua. Resulta disso desgaste e perda de espaços políticos.

Muitos políticos, aliás, que foram submetidos aos parigatos externos e a fritura interna, desapareceram do cenário político regional. A lista deles é enorme. A ponto de esta coluna ser por demais pequena para comportá-la. Nem mesmo bastante para enumerar as brigas dentro dos partidos que levaram o fim de várias carreiras políticas. Suficiente, apenas, para dizer que as siglas, as mais antigas, têm exemplos a respeito.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.  



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