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Segunda - 14 de Novembro de 2011 às 12:55
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta.

“Continua a crise no PSB/MT”. Notícia há muito tempo na pauta da mídia local. Bem mais do que deveria. Isso realça as razões que motivam seus contendores. Vaidade e caprichos pessoais. Ingredientes que, evidentemente, atrapalham o viver partidário. Embora, contraditoriamente, exista todo um cenário que propícia tamanha fogueira. Esta, por outro lado, tende a ficar sempre “viva”. Mantida que é por personagens periféricos, que gravitam em torno dos atores envolvidos. São eles, movidos igualmente por interesses variados, que muitas vezes forçam uma situação de cisão no interior do partido.

O PSB se encontra exatamente nesse estágio. Estágio comprometedor. Sem ser, contudo, inédito. Nem mesmo na própria sigla. Pois, há bastante tempo, já se sabe da existência desse quadro. O estranho, no entanto, é perceber a ausência de alguém capaz de apaziguar os ânimos em confronto. Isso torna mais complicado. Mais quando se verifica que por traz de cada publicação na imprensa, certo contendor parece beneficiado. Ainda que sobre os cacos da agremiação, a qual se acha filiado.

Condição diferente do militante. Este tem como bússola o estatuto e o regimento, como luz; enquanto aquele se vale do partido tão somente como trampolim. Acontece que mesmo como trampolim, o apenas filiado precisará fazer-se presente nos encontros, reuniões e discussões internas. Bastante claro, aliás, no artigo 8º do estatuto do PSB. Preceito, contudo, desconhecido de quem só vê o partido como ponte para vôos individuais. E mesmo estes deverão estar em comum acordo com as diretrizes partidárias. Afinal, o item 1, do artigo 8º. proíbe religiosamente, por exemplo, que um de seus candidatos ou filiados peça voto para nomes de outras agremiações. Infração, segundo as palavras de um missivista-militante peessebista, cometida pela candidata Luciane Bezerra em 2010, ao apoiar a candidatura de Homero Pereira (antes PR). Agravada, agora, com outro deslize, uma vez que buscou primeiro os jornais e as emissoras de rádio e televisão, antes do órgão partidário imediatamente superior, para fazer uma série de reivindicações e denunciar o presidente regional da agremiação. Erro que também incorreu o empresário Mauro Mendes, completa o missivista em questão, que apresenta em destaque os itens 5 e 6, do artigo 7º. “Exercer em igualdade de direitos e deveres, a liberdade de opinião em todas as questões” (item 6). E, logo adiante, no “Parágrafo único: - Na hipótese da alínea "e", o recurso será encaminhado ao órgão imediatamente superior, que examinará no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir do seu recebimento, podendo atribuir-lhe efeito suspensivo”.

Nesse mesmo sentido, cabe reportar o artigo 57º: “As bancadas do PSB escolherão livremente seu líder, que participa como membro efetivo da Comissão Executiva dos Diretórios Municipal, Estadual ou Nacional, conforme o âmbito de sua atuação”. Este é um direito da única representante do partido na Assembléia Legislativa. Direito que independe da benevolência da Executiva Nacional, nem da Estadual, tampouco da municipal. Inclusive o de presidir o “PSB Mulher”.

Percebe-se, portanto, que existe “muita fumaça para pouco fogo”. A não ser o fogo movido pela vaidade e pelos caprichos pessoais. Aliás, bastante presente nas figuras de Valtenir Pereira, Mauro Mendes e Luciane Bezerra. Pobre partido!

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.



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