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Segunda - 19 de Setembro de 2011 às 12:30
Por: Alexandre Garcia

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Alexandre Garcia é jornalista em Brasília
Alexandre Garcia é jornalista em Brasília

Dois Onze de Setembro contribuíram para mudar o mundo. O mais recente, em 2001, tem conseqüências até hoje. Naquele dia, eu fazia uma palestra para o SEBRAE, em Belo Horizonte, quando me avisaram do ataque às torres gêmeas. Eu disse à platéia que começava naquele momento um novo tipo de guerra - uma forma de acabar com a paz de todos. Infelizmente, acertei. A II Guerra Mundial fora sucedida pela Guerra Fria, encerrada com a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética. Mas a paz não veio. O ódio levou ao terrorismo.

O outro 11 de setembro é de 1973 e também mexeu com a balança do mundo. Em plena Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética se digladiavam na busca de domínio do planeta, usando o mundo como teatro de operações. No sul do planeta, cobiça nas passagens estratégicas do Cabo da Boa Esperança e do Cabo Horn. No Brasil, em 1973, já estava dominada a Guerrilha do Araguaia, promovida pelo Partido Comunista do Brasil, com o apoio diário de transmissões noturnas da Rádio Tirana, da Albânia, direto para o norte de Goiás. O erro de concentrar os guerrilheiros em vez de espalhá-los, levou ao desastre da tentativa de começar uma revolução que poria o Brasil no mundo marxista.

No Uruguai, a guerrilha dos Tupamaros tinha o mesmo objetivo: transformar o país numa nova Cuba. Os guerrilheiros lutavam contra um governo eleito democraticamente pelo povo. Em junho de 1973, com a ajuda das forças armadas, o presidente Bordaberry fechou o Congresso, e tirou os obstáculos para uma luta direta contra os Tupamaros. O país afastava a possibilidade de adotar um regime comunista. Na Argentina, guerrilheiros e terroristas Montoneros e do Exército Revolucionário do Povo se preparavam para substituir o governo peronista, eleito pelo povo. O que estou contando, não li nos jornais; testemunhei como repórter do Jornal do Brasil e entrevistei todos os principais personagens desses acontecimentos.

No Chile, governava um presidente marxista, Salvador Allende, que já tinha adotado medidas econômicas de nacionalização e estatização semelhantes às que Chavez, hoje, implantou na Venezuela. Os Estados Unidos, preocupados com a situação, apostavam na queda de Allende. Manifestações de rua cresciam contra o presidente, que praticava tiro com armas recebidas de Cuba para reagir a um golpe. O Chile era estratégico na Guerra Fria. Estava em jogo a influência e o domínio das passagens marítimas do sul. Em 11 de setembro de 1973, a influência cubana e soviética foi afastada por Pinochet, apoiado pelos americanos. Na vizinha Argentina, em março do ano seguinte, o General Videla, com a aprovação do povo e meios de informação, assumia o poder para virar a guerra que estava sendo ganha pelos grupos marxistas. Com a União Soviética se debilitando, 15 anos depois do primeiro 11 de setembro, o Muro de Berlim era derrubado. A vez dos Estados Unidos chegou 12 anos depois do Muro, quando foram derrubadas as torres de Nova Iorque. A História não encontra a paz.

Alexandre Garcia é jornalista em Brasília



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