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Terça - 19 de Julho de 2011 às 12:40
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
As denúncias que envolvem o Dnit atingiram diretamente o seu ‘ex-diretor‘, e, por tabela, chegaram até o ex-governador e atual senador por Mato Grosso. Daí, o que é natural, terem respingado no próprio PR/MT, cuja situação já era complicada no tabuleiro de xadrez da política regional.

Complicação oriunda da perda de espaço no governo estadual. Ainda que tenha secretarias sob o seu comando, e, seria estranho, não tê-las, uma vez que faz parte do grupo que saiu vitorioso nas eleições passadas. Isso, no entanto, não serve de véu para esconder a dita perda. Afinal, siglas como o PMDB e o PP apresentam-se com mais força. Dizem até, e não sem razão, que o PSD - não criado oficialmente - já está na dianteira.

Explica-se, então, o seu enfraquecimento político no interior. Bem mais nas chamadas cidades-polos, onde se encontram uma porção de seus filiados de malas prontas para outras agremiações. O que a deixa enfraquecida, igualmente, para as eleições vindouras. Tanto que em Sinop e Cáceres, sequer, sonha lançar candidatos a prefeitos. Espera pegar carona de outros partidos, assim como deve acontecer em Várzea Grande e Tangará da Serra. Pois, nestes dois municípios, os prefeitos Murilo Domingos (PR) e Júlio Ladeia (PR) - este último afastado - sofrem desgastes em função de uma série de acusações, inclusive de improbidade administrativa.

Desgaste que obriga o deputado Wagner Ramos (PR) a puxar o freio de mão. Ele era, até bem pouco tempo, o nome mais forte e com real condição de se eleger chefe do Executivo de Tangará da Serra. Providência que pode ser uma boa estratégia. Pelo menos por ora, enquanto a poeira abaixe ou apenas leve ao ostracismo o prefeito afastado. Recuo que já não adianta mais para o vice-prefeito várzea-grandense, nem mesmo a troca do PR pelo PSD parece lhe dar qualquer gota de oxigênio na corrida eleitoral de 2012.

Cenário que se soma à indefinição em Rondonópolis. Talvez porque os republicanos ficaram muito na dependência do ex-prefeito Adilton Sachetti. Este - descrente com o jogo político-eleitoral - não voltou a assinar a ficha de filiação, que lhe fora por diversas vezes apresentada, e, desse modo, os republicanos se encontram tal como a um barco à deriva. Pois não contam, no município, com um postulante a altura da disputa que se avizinha. Sobretudo se tiverem como concorrentes candidaturas do PPS e do PMDB. Hermínio Barreto, Ondanir Bertolini, Sebastião Rezende, ou mesmo Ananias Martins - até agora - não parece atrair o eleitorado rondonopolitano. Restando-lhes, então, talvez, uma aliança ou com o Percival Muniz ou com o Rogério Sales. Do jeito que as coisas andam tão em baixa, ‘a aproximação com o prefeito não está de toda descartada‘ - diz um missivista do lugar.

Não há quem não gosta de sombra e água fresca. Ainda ‘se o mar não está para peixe‘. Ditado que foi assimilado, e bem, pelos republicanos da Capital. Tanto que já se encostam ao prefeito, a busca de secretarias. Duas, sob o batuque de um casamento duradouro ou, quem sabe, até a chegada do próximo ano, quando, então, o secretário da Assembleia amadureceu a ideia de disputar a prefeitura, sem que seus olhos se percam no horizonte, cujos rabiscos deixam à mostra o desenho de uma cadeira vaga no Tribunal de Contas do Estado.

Indecisão que enfraquece mais e mais o próprio PR/MT - um partido bastante debilitado quer seja por suas próprias fraquezas, o que traz à mostra uma agremiação sem grandes perspectivas, quer seja pela onda de acusações que leva de roldão quem se encontra próximo das administrações de Tangará e de Várzea Grande e, mais ainda, nas imediações do Dnit.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br. 


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