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Queimando o carvão
Ságuas Moraes disse outro dia que a divisão interna do PT em Mato Grosso ajudou na derrota de candidatos do partido na eleição passada. A unidade seria melhor, mas quem sabe o assunto possa ser olhado por outro ângulo também.
Mato Grosso foi um dos únicos lugares do Brasil em que a grande força eleitoral do Lula não ajudou os candidatos do PT. Além de que a candidatura a presidente era também do PT.
Carlos Abicalil ficou em último lugar na capital, perdeu até para o procurador Mauro. Não pode ser apenas pela disputa interna no PT. Faltaram votos mesmo.
O PT tinha (e tem) um só vereador na capital e nenhum no segundo e terceiro colégio eleitoral do estado, Várzea Grande e Rondonópolis. Não tem hoje nomes ali para disputar a prefeitura no ano que vem. Aliás, não se conhece nomes do PT em condições de disputar e ganhar eleição para prefeitos nos principais municípios.
O PT perdeu espaço político no estado e a situação futura do partido ficou mais complicada ainda com a decisão da direção nacional em perdoar os que haviam sido punidos. Os grupos continuam em suas trincheiras e com os estilingues retesados.
Gente do PT andou dizendo que não haveria recuo na expulsão da Serys, era preciso “queimar até o carvão”. Ou que o partido para soerguer-se teria que acabar com o outro grupo. Com o perdão, o outro grupo ainda tem brasa para queimar.
Como exemplo da confusão: qual grupo lança candidato à prefeitura de Cuiabá? Deixariam a Serys renascer politicamente com uma candidatura à prefeitura? Se, por outro lado, o PT for apoiar alguém da atual aliança estadual pode não eleger vereadores na capital.
Essa divisão no PT em MT sempre existiu, mas foi ali por 2008 que começou a crescer a ideia de que a “fila anda”. Ou que o Carlos Abicalil deveria sair para o Senado, abrir vaga para o Ságuas Moraes à Câmara dos Deputados e para o Alexandre Cesar para deputado estadual. A Serys deveria ter estancado essa tese no nascedouro.
Outros equívocos aparecerão. O Abicalil me disse por uma rádio que foi a Serys que propôs a consulta interna para escolher quem seria candidato ao Senado. Se verdade, não foi uma mexida correta dela, o sinal que o outro grupo tinha mais votos foi a eleição para presidente da sigla vencida pelo mesmo Abicalil.
Outra consequência foi que, com a derrota na consulta, ela ficou sem argumentos para pedir à direção nacional do partido uma intervenção a seu favor.
Outros partidos tiveram antes problemas internos também. É só lembrar o que ocorreu com o PMDB e PSDB em passado não distante. Mas nunca antes na história partidária do estado se viu tanta mágoa entre parceiros de uma mesma sigla. O carvão ainda vai ter que queimar muito. Não se sabe de qual lado.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta. E-mail: pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com
Mato Grosso foi um dos únicos lugares do Brasil em que a grande força eleitoral do Lula não ajudou os candidatos do PT. Além de que a candidatura a presidente era também do PT.
Carlos Abicalil ficou em último lugar na capital, perdeu até para o procurador Mauro. Não pode ser apenas pela disputa interna no PT. Faltaram votos mesmo.
O PT tinha (e tem) um só vereador na capital e nenhum no segundo e terceiro colégio eleitoral do estado, Várzea Grande e Rondonópolis. Não tem hoje nomes ali para disputar a prefeitura no ano que vem. Aliás, não se conhece nomes do PT em condições de disputar e ganhar eleição para prefeitos nos principais municípios.
O PT perdeu espaço político no estado e a situação futura do partido ficou mais complicada ainda com a decisão da direção nacional em perdoar os que haviam sido punidos. Os grupos continuam em suas trincheiras e com os estilingues retesados.
Gente do PT andou dizendo que não haveria recuo na expulsão da Serys, era preciso “queimar até o carvão”. Ou que o partido para soerguer-se teria que acabar com o outro grupo. Com o perdão, o outro grupo ainda tem brasa para queimar.
Como exemplo da confusão: qual grupo lança candidato à prefeitura de Cuiabá? Deixariam a Serys renascer politicamente com uma candidatura à prefeitura? Se, por outro lado, o PT for apoiar alguém da atual aliança estadual pode não eleger vereadores na capital.
Essa divisão no PT em MT sempre existiu, mas foi ali por 2008 que começou a crescer a ideia de que a “fila anda”. Ou que o Carlos Abicalil deveria sair para o Senado, abrir vaga para o Ságuas Moraes à Câmara dos Deputados e para o Alexandre Cesar para deputado estadual. A Serys deveria ter estancado essa tese no nascedouro.
Outros equívocos aparecerão. O Abicalil me disse por uma rádio que foi a Serys que propôs a consulta interna para escolher quem seria candidato ao Senado. Se verdade, não foi uma mexida correta dela, o sinal que o outro grupo tinha mais votos foi a eleição para presidente da sigla vencida pelo mesmo Abicalil.
Outra consequência foi que, com a derrota na consulta, ela ficou sem argumentos para pedir à direção nacional do partido uma intervenção a seu favor.
Outros partidos tiveram antes problemas internos também. É só lembrar o que ocorreu com o PMDB e PSDB em passado não distante. Mas nunca antes na história partidária do estado se viu tanta mágoa entre parceiros de uma mesma sigla. O carvão ainda vai ter que queimar muito. Não se sabe de qual lado.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta. E-mail: pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com
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