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No Parlamento Amazônico
Voltou a funcionar o Parlamento Amazônico ou a união das Assembleias Legislativas dos nove estados da Amazônia Legal. Existem reivindicações concretas da região como distribuição do bolo tributário, reservas indígenas, criação de novos municípios ou logística de transportes.
Na verdade, a quase totalidade das reivindicações da região depende do Congresso ou do governo federal. Os deputados estaduais dos noves estados teriam que encontrar mecanismos para tentar influenciar os parlamentares federais dos estados amazônicos e também gente do poder em Brasília.
Vou explorar um viés: trazer para a causa os 27 senadores dos noves estados. Não deixar de lado os deputados federais, mas centrar fogo no apoio dos senadores. É no Senado a casa do equilíbrio da federação, todo o estado tem três senadores. Não tem governo federal que queira enfrentar 27 senadores. As reivindicações da região, se eles jogassem juntos, poderiam ser atendidas com mais presteza.
Não é fácil, porém, colocar num mesmo barco aquele tanto de senadores. Cada um, em seu estado ou no plano nacional, tem sua bússola dirigida para o rumo que lhe convém mais. Deputados estaduais sozinhos não teriam força para colocá-los juntos.
O caminho talvez fosse trazer para dentro desse arranjo as federações de indústria e de agricultura dos nove estados. Nenhum senador iria querer ficar contra os deputados estaduais e mais as duas federações de seu estado.
Se uma alternativa dessa não der certa, quem sabe outra saída fosse juntar pelo menos senadores de estados que tenham interesses comuns. É difícil juntar os interesses de Mato Grosso com os do Maranhão, seria mais fácil com os do Pará, Rondônia e até do Amazonas.
Tomemos um caso especifico: o asfalto na rodovia 163. Ela beneficia Mato Grosso e Pará diretamente. Se o sonho permitir, pode beneficiar também o Amazonas se produtos da Zona Franca de Manaus fossem por água até Santarém e dali, pela rodovia, para Cuiabá, o Mercosul pela hidrovia Paraguai-Paraná e até para os Andes pela rodovia que vai a Santa Cruz de La Sierra. Ou, no caso da ferrovia que um dia passará em Lucas, unir MT, RO e Amazonas (o rio Madeira leva a Itacoatiara).
Se os senadores de três estados (seria também mais fácil juntar as bancadas federais desses estados do que dos nove) se juntassem para pressionar Brasília se teria um enorme reforço para aquelas empreitadas.
O voto na região é pouco se comparado com outros lugares do Brasil. Quando se coloca que o Nordeste ganha reivindicações em Brasília não é tanto porque atuam unidos, é porque ali tem muito voto. Não é o caso da região amazônica.
Mas no Senado, o número de senadores é igual para qualquer estado. Um dos caminhos talvez fosse usar a força dos senadores da área ou de estados contíguos para tentar resolver problemas quase eternos da região.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta. E-mail: pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com
Na verdade, a quase totalidade das reivindicações da região depende do Congresso ou do governo federal. Os deputados estaduais dos noves estados teriam que encontrar mecanismos para tentar influenciar os parlamentares federais dos estados amazônicos e também gente do poder em Brasília.
Vou explorar um viés: trazer para a causa os 27 senadores dos noves estados. Não deixar de lado os deputados federais, mas centrar fogo no apoio dos senadores. É no Senado a casa do equilíbrio da federação, todo o estado tem três senadores. Não tem governo federal que queira enfrentar 27 senadores. As reivindicações da região, se eles jogassem juntos, poderiam ser atendidas com mais presteza.
Não é fácil, porém, colocar num mesmo barco aquele tanto de senadores. Cada um, em seu estado ou no plano nacional, tem sua bússola dirigida para o rumo que lhe convém mais. Deputados estaduais sozinhos não teriam força para colocá-los juntos.
O caminho talvez fosse trazer para dentro desse arranjo as federações de indústria e de agricultura dos nove estados. Nenhum senador iria querer ficar contra os deputados estaduais e mais as duas federações de seu estado.
Se uma alternativa dessa não der certa, quem sabe outra saída fosse juntar pelo menos senadores de estados que tenham interesses comuns. É difícil juntar os interesses de Mato Grosso com os do Maranhão, seria mais fácil com os do Pará, Rondônia e até do Amazonas.
Tomemos um caso especifico: o asfalto na rodovia 163. Ela beneficia Mato Grosso e Pará diretamente. Se o sonho permitir, pode beneficiar também o Amazonas se produtos da Zona Franca de Manaus fossem por água até Santarém e dali, pela rodovia, para Cuiabá, o Mercosul pela hidrovia Paraguai-Paraná e até para os Andes pela rodovia que vai a Santa Cruz de La Sierra. Ou, no caso da ferrovia que um dia passará em Lucas, unir MT, RO e Amazonas (o rio Madeira leva a Itacoatiara).
Se os senadores de três estados (seria também mais fácil juntar as bancadas federais desses estados do que dos nove) se juntassem para pressionar Brasília se teria um enorme reforço para aquelas empreitadas.
O voto na região é pouco se comparado com outros lugares do Brasil. Quando se coloca que o Nordeste ganha reivindicações em Brasília não é tanto porque atuam unidos, é porque ali tem muito voto. Não é o caso da região amazônica.
Mas no Senado, o número de senadores é igual para qualquer estado. Um dos caminhos talvez fosse usar a força dos senadores da área ou de estados contíguos para tentar resolver problemas quase eternos da região.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta. E-mail: pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com
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