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Batam o bombo
Recebi e-mail de um jovem de Poxoréu. Reclama da falta de trabalho no município. A falta de emprego deve ser mesmo o maior problema de Poxoréu e outras antigas cidades de garimpo. A cidade, no passado, foi o maior e mais produtivo garimpo de diamantes do estado, quiçá do Brasil. Correu muito dinheiro, o comércio era ativo, fonte também geradora de emprego.
Com o tempo o garimpo foi morrendo. Os dirigentes políticos locais acreditaram, como acreditava a maior parte da população, que algo novo apareceria no horizonte econômico da cidade. Parece que se acreditou num bamburro ou o diamante grande que pode ser achado a qualquer momento.
Nada aconteceu e houve um fato que alterou o futuro do município. Surge Primavera do Leste desmembrada de Poxoréu. Os sulistas ficaram com o cerrado. Para muita gente, os chegantes tinham ficado com terras que não valiam nada. Mais tarde, com adubagem correta, o cerrado produz soja, algodão e arroz. Essa riqueza, empregos e impostos, em sua quase totalidade, ficou com Campo Verde e Primavera.
As terras de Poxoréu são acidentadas, próprias de região de garimpo. Não é para a agricultura que usa maquinário. As terras servem para a pecuária, mas esta quase não gera emprego. Ou, na frase conhecida, onde entra o boi, sai o homem.
Nunca ouvi falar que qualquer governo do estado criou algum plano de longo prazo para dar suporte às antigas cidades de garimpo. Deve ser porque tem poucos votos. Ou também porque as regiões não se fazem ouvir. Um plano específico para essas regiões seria menos caro do que o gasto que se faz para tantos outros lugares.
Cidades como Alto Garça e Diamantino foram salvas por terem terras para a agricultura. Alto Araguaia teve a ferrovia. Mas outras, como Poxoréu, Alto Paraguai, Nortelândia, Arenápolis, Tesouro, Guiratinga precisariam, durante um período, de um olhar diferente de qualquer governo estadual.
Também os parlamentares eleitos com votos dessas regiões não fazem nada de concreto para ajudar gente como o jovem do e-mail. Alguém já ouviu falar que os eleitos com votos desses lugares ousaram pressionar governos para criarem meios e alternativas de empregos e rendas nessas regiões?
Os candidatos e os eleitos, quase sem esforço, com migalhas do banquete político, ganham o apoio de lideranças de cada cidade de garimpo. Contentam-se ou são conquistados com pequenas mesuras, tapinhas nas costas ou empregos passageiros. E, em troca, eles levam os do lugar a dar o voto em quem nada faz pelo futuro da maioria da população.
Se os jovens das cidades de antigos garimpos, como o do e-mail, não baterem o bombo, não usarem a força do voto, a coisa vai continuar como sempre esteve. Cobrem que os eleitos cobrem dos governos ou os esperem na curva da esquina da próxima eleição.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos. E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com
Com o tempo o garimpo foi morrendo. Os dirigentes políticos locais acreditaram, como acreditava a maior parte da população, que algo novo apareceria no horizonte econômico da cidade. Parece que se acreditou num bamburro ou o diamante grande que pode ser achado a qualquer momento.
Nada aconteceu e houve um fato que alterou o futuro do município. Surge Primavera do Leste desmembrada de Poxoréu. Os sulistas ficaram com o cerrado. Para muita gente, os chegantes tinham ficado com terras que não valiam nada. Mais tarde, com adubagem correta, o cerrado produz soja, algodão e arroz. Essa riqueza, empregos e impostos, em sua quase totalidade, ficou com Campo Verde e Primavera.
As terras de Poxoréu são acidentadas, próprias de região de garimpo. Não é para a agricultura que usa maquinário. As terras servem para a pecuária, mas esta quase não gera emprego. Ou, na frase conhecida, onde entra o boi, sai o homem.
Nunca ouvi falar que qualquer governo do estado criou algum plano de longo prazo para dar suporte às antigas cidades de garimpo. Deve ser porque tem poucos votos. Ou também porque as regiões não se fazem ouvir. Um plano específico para essas regiões seria menos caro do que o gasto que se faz para tantos outros lugares.
Cidades como Alto Garça e Diamantino foram salvas por terem terras para a agricultura. Alto Araguaia teve a ferrovia. Mas outras, como Poxoréu, Alto Paraguai, Nortelândia, Arenápolis, Tesouro, Guiratinga precisariam, durante um período, de um olhar diferente de qualquer governo estadual.
Também os parlamentares eleitos com votos dessas regiões não fazem nada de concreto para ajudar gente como o jovem do e-mail. Alguém já ouviu falar que os eleitos com votos desses lugares ousaram pressionar governos para criarem meios e alternativas de empregos e rendas nessas regiões?
Os candidatos e os eleitos, quase sem esforço, com migalhas do banquete político, ganham o apoio de lideranças de cada cidade de garimpo. Contentam-se ou são conquistados com pequenas mesuras, tapinhas nas costas ou empregos passageiros. E, em troca, eles levam os do lugar a dar o voto em quem nada faz pelo futuro da maioria da população.
Se os jovens das cidades de antigos garimpos, como o do e-mail, não baterem o bombo, não usarem a força do voto, a coisa vai continuar como sempre esteve. Cobrem que os eleitos cobrem dos governos ou os esperem na curva da esquina da próxima eleição.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos. E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com
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